O mercado financeiro brasileiro encerrou a sessão desta segunda-feira, 30 de junho de 2025, em território positivo, impulsionado por dados econômicos internos, otimismo no cenário internacional e expectativa de corte de juros nos próximos meses. O dia marcou o fechamento do primeiro semestre com resultados amplamente favoráveis para os ativos locais.
Ibovespa sobe 1,45% e encerra junho com saldo positivo
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em alta de 1,45%, atingindo 138.854 pontos. Com isso, o índice acumula uma valorização de 15,44% no semestre e de 1,33% no mês de junho.
O desempenho positivo foi influenciado pela divulgação dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que indicaram a criação de 148.992 vagas formais em maio, número inferior ao projetado pelo mercado. A leitura abaixo da expectativa reforçou a percepção de um arrefecimento no mercado de trabalho, o que pode aliviar pressões inflacionárias e abrir espaço para uma política monetária mais branda.
Dólar comercial recua para o menor patamar desde setembro de 2024
O dólar comercial caiu 0,89%, encerrando o dia cotado a R$ 5,43. Trata-se do menor nível de fechamento desde setembro do ano passado. A valorização do real frente à moeda norte-americana reflete tanto o otimismo dos investidores estrangeiros quanto a expectativa de queda na inflação doméstica.
Além disso, o cenário internacional também colaborou para o fortalecimento das moedas de países emergentes. Negociações comerciais entre Estados Unidos e Canadá, com sinalizações de avanço e redução de barreiras tarifárias, contribuíram para a diminuição da aversão ao risco nos mercados globais.
Expectativas de inflação e juros favorecem ativos brasileiros
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira revisou a projeção de inflação para 2025, que passou de 5,24% para 5,20%. A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) ao final do ano foi mantida em 15%.
Com a perspectiva de inflação mais controlada e possível flexibilização da política monetária, ativos de renda variável e renda fixa passaram a atrair maior interesse dos investidores. O ambiente econômico mais previsível também contribui para a retomada de investimentos e melhora da percepção de risco.
Perspectivas para o segundo semestre
O saldo positivo do primeiro semestre fortalece o otimismo para o restante do ano, embora o mercado siga atento às incertezas políticas e fiscais no Brasil. A recente derrubada de decretos econômicos pelo Congresso, por exemplo, segue no radar dos investidores.
No exterior, a expectativa de que o Federal Reserve inicie o ciclo de cortes de juros em setembro também deve influenciar o fluxo de capitais para mercados emergentes, favorecendo o Brasil.
Entre os eventos relevantes para os próximos dias, destacam-se a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), os dados da dívida pública brasileira e atualizações sobre o Caged.
Conclusão
O fechamento do mercado financeiro nesta segunda-feira consolidou a tendência de recuperação do semestre, com forte valorização da Bolsa e desvalorização do dólar. A combinação de fundamentos econômicos mais equilibrados e melhora no ambiente externo sustenta a perspectiva positiva para o segundo semestre de 2025.