O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (5) em forte alta, refletindo o bom humor dos mercados internacionais e a expectativa positiva em torno das decisões de política monetária no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira subiu cerca de 1,82%, alcançando o patamar de aproximadamente 153.447 pontos, novo recorde histórico. O movimento foi impulsionado por ganhos em ações de grandes companhias e pelo avanço das small caps, que seguiram em trajetória positiva.
O ambiente externo mais favorável, somado à valorização das commodities e à perspectiva de manutenção da taxa Selic na reunião do Copom, contribuiu para o otimismo dos investidores. O dólar comercial recuou para a casa de R$ 5,37, refletindo o fluxo cambial positivo e a entrada de capital estrangeiro. Já o índice de small caps (SMLL) encerrou o dia com ganho de 1,65%, aos 2.292,48 pontos, acompanhando a força do mercado acionário local.
Quais fatores sustentaram o avanço do mercado?
O avanço do Ibovespa foi amparado por uma combinação de fatores. No exterior, as bolsas americanas registraram altas consistentes, favorecidas pela expectativa de manutenção dos juros pelo Federal Reserve e pela recuperação das ações de tecnologia. Esse otimismo global acabou irradiando para os mercados emergentes, impulsionando o fluxo de capitais para o Brasil.
Enquanto isso, no cenário doméstico, dados de fluxo cambial mostraram entrada de US$ 5,205 bilhões em outubro, resultado que reforça o apetite por ativos locais. Além disso, o mercado segue atento à ata e ao comunicado do Copom, que podem sinalizar o início de um novo ciclo de cortes na Selic já no primeiro trimestre de 2026. Esse cenário de expectativa estimulou a valorização das ações sensíveis à taxa de juros, como varejo e construção civil.
Setores e ações que puxaram o índice
Entre os destaques do dia, as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) subiram com o avanço dos preços do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional. O setor financeiro também apresentou desempenho positivo, com altas em bancos como Itaú e Bradesco, beneficiados pelo cenário de queda dos juros futuros.
- VALE3 – alta acompanhando o minério na China;
- PETR4 – valorização com petróleo em alta no exterior;
- ITUB4 e BBDC4 – ganhos com alívio na curva de juros;
- WEGE3 e LREN3 – recuperação de setores ligados ao consumo.
Por outro lado, poucas ações encerraram em queda, limitadas a papéis de empresas com resultados trimestrais abaixo das expectativas ou ajustes pontuais após fortes valorizações recentes.
O que esperar para os próximos pregões?
Apesar do forte rali, analistas destacam que o mercado pode adotar uma postura mais cautelosa nos próximos dias, aguardando as sinalizações do Banco Central sobre os rumos da política monetária. Além disso, dados econômicos dos Estados Unidos — como inflação e mercado de trabalho — continuam no radar, podendo gerar volatilidade.
Nesse sentido, a recomendação predominante é de prudência. Investidores devem manter atenção aos setores mais sensíveis aos juros e às oportunidades geradas por empresas que ainda negociam a múltiplos atrativos. O tom positivo do mercado brasileiro permanece, mas com espaço para ajustes técnicos.
Panorama geral da sessão
- Ibovespa: +1,82%, a 153.447 pontos
- Small Caps (SMLL): +1,65%, a 2.292 pontos
- Dólar comercial: -0,3%, cotado a R$ 5,37
- Principais altas: Vale, Petrobras, Itaú e Weg
- Principais quedas: poucas, concentradas em empresas de menor liquidez
O fechamento desta quarta consolida um cenário de otimismo para o mercado brasileiro, que segue descolado das correções observadas em parte das bolsas internacionais. O avanço firme do Ibovespa reforça a percepção de que o país ainda oferece um prêmio de risco atrativo e um ambiente favorável à entrada de capital estrangeiro.