Diante da notícia de que o governo federal prepara medidas para contenção de despesas, os investidores dão um voto de confiança. O Ibovespa foi impulsionado por papéis domésticos, em meio à queda dos juros futuros e ao tom positivo com o cenário local
Segundo análise de Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, o Ibovespa oscilou devido a queda do petróleo e em meio as questões fiscais ainda em pauta. No período da tarde a bolsa teve ganhos devido a melhora da percepção fiscal, depois das falas de Galipolo e Hadad e de noticias que o governo está preparando medidas para conter os gastos após as eleições municipais.
Dow Jones, S&P500 em máximas, bitcoin subindo, dólar se fortalecendo, curva longa de juros dos EUA subindo, com investidores aguardando declarações de autoridades do Fed e dados de vendas no varejo dos EUA, que podem trazer mais sinais sobre cortes nas taxas de juros em novembro.
Além disso, também há apostas na vitória de Trump na eleição americana que faz com que o bitcoin suba.
No Brasil, a semana passada terminou ruim, com a questão fiscal em pauta, tivemos mais saída de capital estrangeiro da bolsa, e a declaração de Lula em isentar o IR para salários até a faixa de 5 mil reais, aumentar a faixa de isenção para o futuro e aumentar a cobrança para grandes fortunas, e isso fez com que sentíssemos efeitos na curva de juros futuros que subiram, e a expectativa de mercado é que os juros ficarão acima de 13,5%, mas hoje tivemos falas do Haddad que foram bem recebidas pelos mercados e já demostrou uma queda nos juros futuros fazendo com que o dólar também desse uma acalmada.
O dólar sobe diante do Euro, com o mercado antecipando o corte de juros de 25 pb nos juros pelo BCE na quinta-feira.
Nesse final de semana a China anunciou que tem espaço para mais estímulos para consumo, mas sem muitos detalhes, o que frustrou um pouco o mercado. Dados da China vieram muito abaixo do esperado, o que mostra que o governo Chinês deve vir com pacotes econômicos mais robustos pensando no setor interno para superar a deflação.
Com relação as commodities, o minério de ferro reverteu queda inicial em Singapura e opera em alta, enquanto cobre e outros metais industriais recuam em Londres. Petróleo também cai com foco nas medidas chinesas e no conflito no Oriente Médio.
Relatório Focus de hoje sinalizou um IPCA maior para 2024 de 4,39% (antes 4,38%), aumento do PIB também de 2024 para 3,01% (antes 3%), mas a perspectiva para SELIC permanece em 11,75% para 2024 mas aumentou para 11% em 2025, o que também já fez com o que a curva de juros subisse. IBC-br saiu hoje, avançando 0,2% em agosto, indicador conhecido como “prévia do PIB”, indicando que a atividade econômica do país continua crescendo.
Hoje Galípolo e Haddad falaram em eventos econômicos, Haddad falando sobre o tema fiscal e que o governo poderá rever o crescimento do PIB deste ano, e Galípolo informando que política monetária e fiscal andam juntos e que o BC vai fazer o necessário para cumprir a meta de inflação.
Para essa semana temos na agenda econômica balanços de empresas nos EUA, expectativa de inflação ao consumidor e vendas no varejo. Uma semana mais esvaziada de dados macro e micros.
ASAI3 em alta devido a um fato relevante que saiu na sexta-feira, em que a Receita Federal liberou R$ 1.265 bi em bens da companhia, e PETZ3 em alta devido a divulgação da confirmação de fusão da empresa com a Cobasi.
PRIO3 cai hoje e o principal motivo para queda das ações é a baixa no preço do petróleo. RECV3 também em queda devido ao preço do petróleo, mas também deixou a desejar com seus dados de produção de agosto, o que também corroborou para a queda da ação.
Confira aqui os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices:
- Ibovespa: 131.005,25 (+0,78%)
- S&P 500: 5.860,18 (+0,78%)
- Nasdaq: 18.502,69 (+0,87%)
- Dow Jones: 43.067,00 (+0,47%)
- Dólar: R$ 5,58 (-0,58%)
- Euro: R$ 6,08 (-0,86%)