O Ibovespa encerrou a semana em alta de 1,93%, aos 146.172 pontos, praticamente zerando as perdas acumuladas em outubro e renovando o otimismo entre investidores. O avanço foi sustentado por dados de inflação abaixo do esperado no Brasil e nos Estados Unidos, reforçando as expectativas de continuidade no ciclo de cortes de juros em ambos os países.
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu apenas 0,18% em outubro, abaixo da projeção de 0,25%, levando a taxa acumulada em 12 meses a 4,94%. O resultado trouxe alívio ao mercado e reforçou a percepção de que o Banco Central tem espaço para manter o ritmo de redução da Selic. Nos EUA, o CPI também veio abaixo do esperado, fortalecendo a expectativa de corte de juros na próxima reunião do Federal Reserve, marcada para a próxima quarta-feira.
O que impulsionou a Bolsa brasileira na semana?
O dólar apresentou leve queda, refletindo o maior fluxo de capital estrangeiro para o mercado de ações, enquanto as commodities ajudaram a sustentar o bom humor. O petróleo subiu após novas sanções dos EUA contra petroleiras russas, impulsionando as ações da Petrobras. Já o minério de ferro teve leve recuperação, beneficiando a Vale e outras empresas ligadas ao setor de mineração.
Entre os setores domésticos, o cenário mais benigno de inflação favoreceu companhias ligadas ao consumo interno e à construção civil, que reagiram positivamente à perspectiva de juros mais baixos. Bancos também registraram ganhos consistentes, acompanhando a melhora do ambiente macroeconômico e o aumento da confiança dos investidores.
Especialista da Legado Investimentos vê tendência positiva
Segundo Everton Dias, sócio da Legado Investimentos, o tom positivo foi global. “Semana fecha com sentimento positivo no Brasil e no mundo, com dados de inflação dos Estados Unidos vindo abaixo do esperado. O CPI, que é a inflação do consumidor, veio levemente abaixo, mantendo a inflação americana em 3% nos últimos 12 meses. Isso traz alívio e confirma a expectativa de queda da taxa de juros americana já na próxima reunião do Fed”, afirmou.
O especialista também destacou o impacto no cenário doméstico: “No Brasil, o IPCA-15 veio abaixo do esperado, o que traz alívio para o Banco Central e reforça a possibilidade de novas reduções na Selic ainda neste ano. Essa combinação trouxe um alívio para os investidores e levou o Ibovespa Futuro a ultrapassar os 150 mil pontos pela primeira vez na história, enquanto o índice à vista ficou em torno de 147 mil pontos”, completou.
Para Dias, o marco histórico reforça a tendência de que “juros para baixo significam bolsa para cima”. Ele acrescenta que, no cenário internacional, as conversas entre o governo de Donald Trump e a China sobre a redução de tarifas também ajudaram a sustentar o otimismo global, melhorando o apetite por risco.
Perspectivas para a próxima semana
Nesse sentido, com o índice flertando com novas máximas e o ambiente de juros em queda, o mercado entra na próxima semana em compasso de expectativa pela decisão do Federal Reserve e pelos próximos movimentos do Copom. A tendência é de continuidade do otimismo, ainda que com cautela diante da volatilidade global.
- Alta semanal do Ibovespa: +1,93%
- Fechamento: 146.172 pontos
- IPCA-15 de outubro: +0,18%
- Inflação dos EUA (CPI): +0,3% no mês / 3% em 12 meses
- Ibovespa Futuro: 150 mil pontos (recorde histórico)
Enquanto isso, analistas reforçam que o desafio nas próximas semanas será consolidar esse movimento de alta sem perder o controle da política fiscal e mantendo a trajetória de queda da inflação. O consenso é que o mercado brasileiro vive um momento de confiança renovada — mas ainda sensível a qualquer mudança no cenário global.