O Ibovespa encerrou esta segunda-feira, 28 de julho de 2025, em queda de 1,04%, aos 132.129,26 pontos. Esse movimento negativo refletiu principalmente a apreensão dos investidores diante da possibilidade de novos encargos comerciais sobre exportações brasileiras, anunciados pelo governo dos Estados Unidos.
Além do cenário externo conturbado, o avanço do dólar e o desempenho fraco de setores-chave, como mineração e varejo, contribuíram para pressionar o principal índice da bolsa brasileira. O mercado também se mantém em compasso de espera para decisões importantes de política monetária previstas ainda nesta semana.
Qual foi o impacto do dólar no mercado financeiro de hoje?
O dólar comercial subiu 0,50% e fechou o dia cotado a R$ 5,59. Durante a sessão, a moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5686 e a máxima de R$ 5,6062. A valorização do dólar frente ao real foi impulsionada por uma postura mais cautelosa dos investidores internacionais, com o índice DXY subindo quase 1%.
Nesse sentido, o câmbio reagiu não apenas à tensão comercial com os EUA, mas também ao ambiente de aversão ao risco em mercados emergentes. O Brasil, que ainda não conseguiu avançar nas negociações com Washington, ficou em desvantagem em relação à União Europeia e à China, que fecharam acordos recentes.
Destaques do dia: ações que mais subiram e caíram no Ibovespa
Enquanto setores ligados ao consumo e à exportação enfrentaram forte pressão vendedora, algumas empresas conseguiram se destacar positivamente, em especial aquelas que anunciaram pagamento de proventos.
- São Martinho (SMTO3): +3,56% (R$ 18,35)
- Yduqs (YDUQ3): +2,26% (R$ 12,67)
- Ultrapar (UGPA3): +2,18% (R$ 16,90)
- WEG (WEGE3): +2,03% (R$ 36,73)
- Rumo (RAIL3): +1,02% (R$ 16,85)
O principal destaque de alta foi a São Martinho, impulsionada pelo anúncio de juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,4565 por ação. A data de corte é 30 de julho, e os papéis passarão a ser negociados “ex-JCP” em 31 de julho.
Por outro lado, empresas expostas ao cenário macroeconômico interno e à ameaça tarifária dos EUA lideraram as perdas do dia. Confira as principais quedas:
- Vivara (VIVA3): -5,23% (R$ 23,93)
- Magazine Luiza (MGLU3): -4,27% (R$ 7,18)
- Vale (VALE3): -0,97% (~R$ 55,16)
A mineradora Vale sofreu com a queda no preço do minério de ferro e com a percepção negativa em relação às tarifas norte-americanas. Já o varejo foi pressionado pelos juros futuros mais altos e pelo encarecimento do crédito.
O que esperar do mercado nos próximos dias?
Enquanto isso, os investidores voltam suas atenções para a chamada “superquarta”, marcada por decisões cruciais de política monetária tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A expectativa é de que esses anúncios tragam mais clareza sobre o rumo das taxas de juros e sobre os impactos da inflação global nos ativos brasileiros.
Além disso, a temporada de balanços começa a ganhar força. Empresas como Vale, Petrobras e grandes bancos divulgarão seus resultados nos próximos dias, o que pode reacender o interesse pelos papéis e provocar reprecificações relevantes no índice.
Apesar da queda desta segunda-feira, analistas destacam que o Ibovespa ainda tem espaço para recuperação no médio prazo, especialmente se houver resolução favorável no impasse comercial com os EUA. A continuidade do ciclo de cortes de juros no Brasil também pode favorecer setores ligados ao consumo e à construção civil.
Resumo do fechamento do mercado
- Ibovespa: 132.129,26 pontos (-1,04%)
- Dólar comercial: R$ 5,5899 (+0,50%)
- Maior alta: São Martinho (SMTO3) +3,56%
- Maior queda: Vivara (VIVA3) -5,23%
- Vale (VALE3): -0,97% (~R$ 55,16)
- Magazine Luiza (MGLU3): -4,27%
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