O impacto da inteligência artificial no trabalho deixou de ser uma previsão distante e passou a influenciar decisões concretas de carreira. À medida que 2026 se aproxima, profissionais de diferentes áreas avaliam não apenas onde querem atuar, mas também quais ocupações correm maior risco de automação, o que torna a expressão trabalhos em risco de automação pela IA central em debates acadêmicos, empresariais e governamentais.
Quais profissões estão em risco de automação pela inteligência artificial hoje?
Especialistas em tecnologia e mercado de trabalho apontam que a automação não atinge todas as profissões da mesma forma. Algumas atividades podem ser totalmente substituídas por sistemas inteligentes, enquanto outras tendem a ser remodeladas, combinando tarefas humanas e recursos automatizados.
Entre os trabalhos em risco de automação pela inteligência artificial, três grupos aparecem com frequência: engenheiros de software, farmacêuticos e atendentes de suporte ao cliente. Essas funções lidam com grande volume de informações estruturadas, processos repetitivos ou padronizáveis e regras claras, o que facilita sua reprodução por algoritmos.
Como a IA está transformando engenharia de software e área farmacêutica?
No caso da engenharia de software, ferramentas de programação baseadas em IA já conseguem escrever trechos de código, sugerir correções e estruturar aplicações completas. Em vez de apenas auxiliar, essas soluções caminham para automatizar partes relevantes do desenvolvimento, sobretudo em atividades repetitivas ou de baixa complexidade.
Farmacêuticos, principalmente em áreas regulatórias e de pesquisa clínica, também estão vulneráveis. Uma parcela importante do trabalho envolve conferência de dossiês, cruzamento de dados, análise de normas e acompanhamento de atualizações regulatórias, em que modelos de IA são eficientes ao organizar documentos, identificar inconsistências e gerar relatórios em menos tempo.

Como a IA afeta o atendimento ao cliente e call centers?
O setor de atendimento ao cliente, que inclui call centers e centrais de suporte digital, é um dos principais exemplos de empregos ameaçados pela automação. Grandes empresas já utilizam chatbots, assistentes virtuais e sistemas de resposta automática para filtrar demandas simples e reduzir a necessidade de grande número de agentes humanos.
Essa tendência ganha força em operações de grande escala, em que milhares de interações diárias seguem roteiros parecidos. A IA analisa rapidamente o histórico do cliente, sugere soluções e encaminha casos mais complexos a um atendente especializado, o que diminui a demanda por funções focadas apenas em ligações simples.
Quais tipos de tarefas correm maior risco de substituição total?
Embora a automação atinja setores de maneiras diferentes, alguns ofícios com alto risco de automação pela inteligência artificial compartilham características comuns. Em geral, são tarefas altamente padronizadas, baseadas em regras claras e com pouco julgamento contextual ou interação humana complexa.
Nesse cenário, destacam-se funções em que a IA consegue seguir fluxos lógicos de decisão com alto grau de precisão, como as atividades abaixo:
- Atendentes de call center e suporte: rotinas de dúvidas simples, renegociação padrão e registro de solicitações.
- Funções administrativas repetitivas: digitação de dados, conferência básica de formulários e geração de relatórios padronizados.
- Segmentos regulatórios e de documentação técnica: especialmente em farmacêutica, seguros e serviços financeiros.
A IA vai eliminar mais empregos do que criar no futuro próximo?
A relação entre postos eliminados e novas vagas criadas é central no debate sobre trabalhos em risco de automação pela inteligência artificial. Tecnologias emergentes geram cargos inéditos, como especialistas em dados, engenheiros de IA e analistas de governança algorítmica, mas o volume pode ser menor do que o número de funções automatizadas.
O campo de atendimento ao cliente ilustra essa preocupação, sobretudo em países em que call centers são grandes empregadores e porta de entrada para o mercado formal. Diante desse cenário, ganha importância a requalificação profissional, o incentivo a áreas menos automatizáveis, como cuidados pessoais e educação, e a revisão de políticas públicas para lidar com períodos de transição mais longos.

