Lançada em 1968, a Hot Wheels deixou de ser apenas um brinquedo para se tornar um negócio bilionário. O colecionismo de Hot Wheels é hoje um hobby sério e um investimento para adultos, que buscam raridades que podem valer mais que um carro de verdade.
Por que o colecionismo de Hot Wheels se tornou um mercado tão valioso?
O boom é impulsionado por adultos que veem os carrinhos como ativos que se valorizam. O colecionador Bruce Pascal, por exemplo, possui uma coleção avaliada em US$ 2 milhões, guardada em um museu particular. Ele foca em modelos que têm histórico de valorização, como Ferrari, Porsche e, mais recentemente, carros japoneses.

Essa busca por raridade transformou o hobby em um mercado aquecido, com vendas que atingiram US$ 1,4 bilhão em 2023. O valor não está no brinquedo em si, mas em sua história, condição e, principalmente, na sua escassez, um princípio de oferta e demanda que rege todos os mercados, inclusive os de nicho.
Fatores que definem a raridade:
Protótipos: Versões de teste que nunca foram vendidas ao público.
Primeiras Edições: O lote original de 1968, conhecido como “Sweet 16”.
Erros de Fabricação: Pequenos defeitos que tornam uma peça única.
Quais são os carrinhos mais raros e cobiçados pelos colecionadores?
Os itens mais valiosos são geralmente protótipos que escaparam da fábrica, muitas vezes obtidos de ex-funcionários da Mattel. Bruce Pascal possui um Terrarero de resina de 1969, pintado à mão, com menos de 10 unidades conhecidas, avaliado em mais de US$ 5.000.
O “santo graal” do hobby é o Rear Load Beach Bomb, um protótipo de Kombi com pranchas de surfe na traseira. Apenas dois foram feitos, pois seu design a fazia tombar na pista. Pascal pagou mais de US$ 50.000 por um deles, em uma negociação tensa onde o vendedor, um policial, sacou uma arma no quarto do hotel.
Como a Mattel atende a esse público adulto e exclusivo?
A Mattel capitalizou sobre essa demanda criando o Red Line Club (RLC), uma linha premium exclusiva para membros. Por uma anuidade de US$ 10, os colecionadores têm acesso a carros de produção limitada, com até 30 peças e detalhes intrincados, como portas que abrem, vendidos por até US$ 37.
O canal Business Insider, com mais de 10,3 milhões de inscritos, explora a história e o fenômeno de colecionismo por trás da Hot Wheels. O vídeo revela como a marca, que vendeu US$ 1,4 bilhão em 2023, se tornou um hobby e um investimento lucrativo para colecionadores adultos:
Esses modelos são vendidos apenas online e se esgotam em minutos, sendo revendidos no eBay pelo dobro do preço logo em seguida. Essa estratégia de exclusividade e proteção de design é uma forma de gestão de marca, um conceito protegido por leis de propriedade intelectual, administradas no Brasil pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
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Vale a pena começar a colecionar e como funciona o mercado?
O conselho de Bruce Pascal para iniciantes é simples: “compre o que você realmente gosta”. Embora o potencial de investimento seja real, a paixão pelo hobby deve vir em primeiro lugar. O mercado é volátil e depende da nostalgia e das tendências do momento.
Liquidificar uma coleção grande é um desafio. O próprio Pascal está criando um manual para sua esposa sobre como vender seus 15.000 itens após sua morte. Isso mostra que, embora divertido, o colecionismo é um mercado de nicho, diferente de investimentos tradicionais cujos valores são monitorados por indicadores econômicos, como os divulgados pelo IBGE.
| Característica | Hot Wheels Padrão | Hot Wheels RLC (Red Line Club) |
| Detalhes | Básico, com cerca de 4 peças. | Intrincado, com até 30 peças e pintura especial. |
| Preço | Cerca de US$ 1 a US$ 5. | De US$ 25 a US$ 37 (preço de lançamento). |
| Disponibilidade | Varejo em massa (lojas de brinquedos). | Online, exclusivo para membros do RLC. |

