Criado pelo artista Kassing Lung, o Labubu é um “monstro esquisito” que se tornou um negócio bilionário. Impulsionado pela gigante chinesa PopMart, o fenômeno Labubu explodiu entre adultos que, como o professor Ellis Stevens, transformaram o brinquedo em um lucrativo negócio paralelo.
O que é o fenômeno Labubu e por que um professor acorda de madrugada por ele?
O Labubu é um personagem que ganhou o mundo através das “blind boxes” (caixas cegas) da PopMart, uma empresa que já vale mais que a Mattel e a Hasbro juntas. A incerteza de não saber qual boneco virá na caixa cria um gatilho psicológico poderoso para os colecionadores.

Ellis Stevens, um professor de arte com baixo salário, viu nisso uma oportunidade. Ele acorda às 3:30 da manhã para comprar os lançamentos, que se esgotam em segundos, e os customiza com tatuagens e piercings para vender por um preço muito maior, usando o lucro para comprar materiais para seus alunos.
Como funciona o mercado de customização e revenda?
A customização é o que agrega valor. Ellis transforma um Labubu de US$ 30 em uma peça de arte exclusiva que pode ser vendida por mais de US$ 200. Ele adiciona detalhes como grills dentários e tatuagens reais, oferecendo uma peça única dentro de um universo já colecionável.
O mercado é alimentado pela escassez. Os modelos mais raros, chamados “Secrets”, aparecem em uma a cada 72 caixas e podem ser revendidos por mais de US$ 1.000. Essa busca incessante pela raridade é o que mantém o mercado aquecido e competitivo.
Gatilhos da coleção:
Mecanismo da “Blind Box”: A surpresa e a busca pelo item raro.
Exclusividade: Os “Secrets” são quase impossíveis de encontrar.
Status Cultural: Usar o Labubu pendurado na bolsa virou um símbolo.
Quais são os riscos de colecionar e vender Labubus?
O alto valor dos Labubus atraiu o mundo do crime. Revendedores emitem alertas de segurança, e há relatos de pessoas sendo assaltadas ou tendo seus carros arrombados para roubar os brinquedos. O estoque de Ellis, por exemplo, vale milhares de dólares.
Outro grande risco são as falsificações, conhecidas como “Lefufus”, que inundaram o mercado. A PopMart combate o problema com códigos QR de autenticação, uma prática de proteção de marca e propriedade intelectual que no Brasil é regulada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Principais riscos do mercado:
Segurança Pessoal: Roubos e assaltos devido ao alto valor dos produtos.
Falsificações (“Lefufus”): Compra de produtos falsos que não têm valor de revenda.
Volatilidade: O risco de o hype acabar e os preços despencarem.
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O Labubu é uma bolha como os Beanie Babies ou um fenômeno duradouro?
A comparação com a bolha dos Beanie Babies dos anos 90 é inevitável. Na época, o excesso de oferta fez o valor dos bonecos despencar, deixando colecionadores com enormes prejuízos. A PopMart, no entanto, aprendeu com a história e adota estratégias diferentes para garantir a longevidade.
O canal Business Insider apresenta o professor Ellis Stevens e seu lucrativo negócio paralelo, que consiste em personalizar art toys colecionáveis da linha Labubu:
A empresa foca em um público mais velho, com preços que não tornam o Labubu um item descartável, e utiliza as redes sociais para manter o hype, algo que não existia na era dos Beanie Babies. Analisar esses fenômenos de consumo é uma forma de entender tendências de mercado, cujos dados gerais no Brasil são compilados por órgãos como o IBGE.
| Característica | Fenômeno Labubu (PopMart) | Bolha dos Beanie Babies (Anos 90) |
| Público-Alvo | Adultos e jovens colecionadores. | Principalmente crianças e o mercado de massa. |
| Estratégia de Marketing | Escassez controlada e hype nas redes sociais. | Produção em massa e distribuição em varejo físico. |
| Sustentabilidade | Foco em design e colaborações artísticas. | Dependência da novidade e da especulação. |

