Entre as diversas sobremesas que ganharam notoriedade ao redor do mundo, os profiteroles ocupam um lugar de destaque nas mesas francesas. Compostas por pequenas massas ocadas, recheadas tradicionalmente com creme ou sorvete e cobertas com calda de chocolate, essas delícias fazem parte da confeitaria há séculos. Mas como surgiu esse icônico quitute que conquistou Paris e, posteriormente, uma legião de fãs pelo planeta?
O nome “profiteroles” desperta curiosidade e carrega consigo uma história marcada por transformações culinárias e adaptações regionais ao longo do tempo. O doce, associado instantaneamente à França, é fruto da evolução da massa choux, que, embora tenha hoje características muito próprias, passou por importantes adequações até assumir a forma com que é conhecida atualmente.
Quais as origens do profiterole?
Para compreender o nascimento dos profiteroles, é preciso remontar ao século XVI, período em que técnicas de confeitaria começavam a ganhar sofisticação nas cozinhas europeias. Em sua origem, a palavra “profiterole” referia-se a pequenas porções de pão ou bolinhas recheadas servidas em caldos, ou ao natural, sendo utilizada mais amplamente para designar porções pequenas e variadas, muitas vezes salgadas.
Foi apenas na corte francesa que a receita passou por transformações significativas. O cozinheiro italiano Pantanelli, que integrou a comitiva de Catarina de Médici em sua chegada à França, teria introduzido técnicas que mais tarde dariam origem à massa choux. Posteriormente, chefs como François Pierre de La Varenne e Jean Avice aprimoraram o preparo, tornando a massa mais leve e apta a receber recheios doces.
Como a sobremesa se tornou símbolo da confeitaria francesa?
A ascensão do profiteroles na confeitaria francesa ocorreu gradativamente, consolidando-se no século XIX como um dos doces preferidos das grandes cidades, especialmente Paris. O confeiteiro Antonin Carême foi um dos responsáveis por difundir a massa choux recheada e coberta com calda, trazendo requinte e atenção aos detalhes no acabamento.
Ao incorporar cremes variados – creme de confeiteiro, chantilly ou sorvete – e envolver as pequenas massas em calda quente de chocolate, o profiterole deixou de ser visto como uma simples iguaria e passou a figurar nos cardápios de prestigiados estabelecimentos, como as pâtisseries parisienses. A versatilidade do preparo, aliada ao apelo visual, garantiu espaço à receita em celebrações e eventos sofisticados.
Quais os elementos essenciais de um profiterole?
A estrutura dos profiteroles tradicionais pode ser definida a partir de três componentes principais, responsáveis pela reputação do doce:
- Massa choux: Leve, aerada e com interior oco, a massa serve como base para o recheio e deve ser assada até dourar suavemente.
- Recheio: Originalmente feito com cremes de confeiteiro, o recheio pode ser substituído por chantilly, sorvetes ou versões inovadoras com frutas e chocolates.
- Cobertura: A calda de chocolate quente é o elemento clássico, mas adaptações com caramelo e outras coberturas também são encontradas.
Esses elementos são montados com precisão, criando uma sobremesa equilibrada em textura e sabor. É comum encontrar variações da receita em diversos países, sempre preservando a essência da massa leve e dos recheios cremosos.
Por que o profiterole encantou gerações?

O sucesso dos profiteroles está ligado ao contraste de temperaturas e texturas presente em cada mordida. Seja em eventos sofisticados ou em celebrações familiares, a sobremesa se mantém atual graças à sua capacidade de adaptação às preferências de cada geração. Desde sua criação, o doce ultrapassou as fronteiras da França e se tornou unanimidade em confeitarias de várias regiões do mundo.
O legado do profiterole demonstra a força da tradição culinária francesa e o valor das receitas que atravessam séculos, conquistando novos paladares e espaços à mesa. Muito além de um simples quitute, trata-se de um símbolo da criatividade e da sofisticação presentes na confeitaria.