A busca por estratégias que fortaleçam o mercado imobiliário brasileiro ganhou um novo capítulo com a proposta da Caixa Econômica Federal ao Banco Central. A instituição sugere uma redução no percentual de recolhimento compulsório sobre os depósitos de poupança, passando de 20% para 15%. Esta medida, em estudo pelo governo, poderá injetar aproximadamente R$ 60 bilhões a mais na capacidade de concessão de crédito imobiliário pelo banco.
De acordo com informações obtidas pelo Estadão/Broadcast, essa proposta está alinhada ao esforço do Poder Executivo de impulsionar o setor imobiliário, propondo inclusive aumentar o limite de uso da caderneta de poupança de 65% para 70% em financiamentos do tipo. Entretanto, fontes do setor indicam que, pelo menos por ora, a proposta de redução do compulsório pode não avançar.
Qual a importância da redução do depósito compulsório no mercado imobiliário?

A redução sugerida pela Caixa Econômica tem como objetivo principal liberar mais recursos para o financiamento imobiliário, uma das principais demandas do mercado atual. O compulsório é uma parcela que os bancos devem manter junto ao Banco Central, e sua diminuição poderia representar uma injeção significativa de liquidez na economia. Contudo, há uma preocupação com o posicionamento do Banco Central sobre a medida, especialmente considerando o cenário de cautela sinalizado pelo presidente Roberto Campos Neto frente à política monetária e aos juros nos Estados Unidos.
Por que a Caixa insiste na proposta de diminuição do compulsório?
A Caixa Econômica Federal, um recordista no segmento de crédito imobiliário, vê na proposta de redução do compulsório uma alternativa para potencializar as fontes de recurso para o setor. Carlos Vieira, presidente do banco, já manifestou a necessidade de se discutir e explorar alternativas que possam garantir um maior fluxo de crédito para habitação no país. A discussão sobre o tema vem acompanhada de outras iniciativas do governo para impulsionar o mercado, incluindo a análise de uma medida provisória voltada para o mercado secundário de recebíveis imobiliários.
Outras movimentações no setor imobiliário brasileiro
Além da proposta de redução no recolhimento compulsório, o governo, em conjunto com a Caixa, busca outras formas de estimular o setor imobiliário. Neste contexto, uma medida provisória que visa estimular o mercado secundário de recebíveis imobiliários está para ser anunciada, representando mais um passo na direção de tornar o crédito mais acessível. Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa, destacou o interesse do banco em redirecionar um percentual maior de depósitos para habitação, visando ampliar a oferta de crédito no setor.
Portanto, a proposta da Caixa Econômica Federal para a redução dos depósitos compulsórios surge como um elemento que pode trazer novas perspectivas para o mercado imobiliário brasileiro. A expectativa é que o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional (CMN) considerem a proposta dentro de um panorama que favoreça tanto o crescimento econômico quanto a realização do sonho da casa própria para mais brasileiros.