No atual cenário global, marcado por crises climáticas, tensões políticas e conflitos armados, o consumo de notícias negativas tornou-se quase inevitável. Com a popularização de smartphones e acesso constante à internet, muitos se encontram imersos em um ciclo ininterrupto de más notícias, um fenômeno agora conhecido como “doomscrolling”. Este comportamento, onde se passa um tempo excessivo rolando a tela em busca de updates sombrios, ganhou notoriedade especialmente durante a pandemia de Covid-19.
O termo “doomscrolling” surgiu da combinação das palavras em inglês “doom” (desgraça) e “scrolling” (rolar a tela) e descreve o vício contemporâneo em consumir incessantemente notícias preocupantes. Especialistas destacam que essa prática é um fator significativo de estresse e ansiedade, especialmente quando as manchetes são predominantemente negativas.
Como o “doomscrolling” afeta o cérebro humano?
O “doomscrolling”, ou rolagem infinita de notícias negativas, é um hábito cada vez mais comum na era digital, especialmente com o advento das redes sociais e a constante exposição a informações alarmantes. Mas você sabe como essa prática afeta o seu cérebro?
Impactos do “doomscrolling” no cérebro:
- Aumento da ansiedade e estresse: a exposição constante a notícias negativas ativa o sistema de alerta do cérebro, liberando hormônios do estresse como o cortisol. Com o tempo, isso pode levar a um estado crônico de ansiedade e estresse, prejudicando a saúde mental.
- Dificuldade em dormir: o conteúdo negativo e estimulante das notícias pode interferir no sono, dificultando o relaxamento e a indução do sono.
- Diminuição da capacidade de concentração: a mente sobrecarregada com informações negativas tem dificuldade em se concentrar em tarefas e pode levar à perda de foco e produtividade.
- Pensamentos negativos e pessimismo: a exposição constante a notícias negativas pode distorcer a percepção da realidade, levando a uma visão mais pessimista e catastrófica da vida.
- Sentimentos de solidão e isolamento: ao se isolar em um mundo virtual de notícias negativas, as pessoas podem se sentir desconectadas das pessoas ao seu redor e mais propensas à depressão.
- Diminuição da empatia: a exposição constante a notícias negativas pode levar à dessensibilização emocional, dificultando a conexão com as emoções e experiências dos outros.
Quais são os sinais de que o “doomscrolling” é prejudicial?
Identificar que o hábito de consumir notícias negativas está impactando a saúde mental pode ser um primeiro passo crucial para minimizar seus efeitos. Entre os sintomas mais comuns estão uma sensação crescente de angústia após a leitura de notícias, dificuldade em adormecer, especialmente quando o consumo de informações ocorre à noite, e um aumento na irritabilidade e no cansaço mental.
Além disso, muitos experimentam uma sensação de sobrecarga, dificultando a concentração em tarefas importantes do dia a dia. Este comportamento pode também levar à negligência de compromissos essenciais, à medida que se prioriza tempo demais em redes sociais e sites de notícias.
Como quebrar o ciclo do “doomscrolling”?
Para romper com este ciclo é necessário disciplinar-se e adotar estratégias que limitem o tempo gasto com conteúdo negativo. Algumas recomendações incluem:
- Limitação de tempo: use aplicativos que monitoram e restringem o uso de redes sociais e sites de notícias.
- Consumo programado: estabeleça horários específicos para acessar notícias, evitando fazê-lo antes de dormir.
- Desativação de notificações: reduza distrações desnecessárias ao desativar notificações de aplicativos.
- Implementação de atividades relaxantes: pratique meditação, mindfulness ou exercícios físicos regularmente.
- Conexão com o mundo real: separe tempo para hobbies, leitura ou interações pessoais presenciais.
- Ajuda profissional: considere o auxílio de um psicólogo ou psiquiatra se o hábito estiver afetando significativamente sua qualidade de vida.
A importância de um consumo de informação saudável
Revogar a prática do doomscrolling não significa ignorar as realidades e desafios do mundo ao redor, mas sim buscar um equilíbrio saudável. Estar informado é vital, mas não à custa da saúde mental. Ao incorporar práticas que promovam o bem-estar, é possível manter-se atualizado sem sucumbir ao desespero gerado por uma constante enxurrada de más notícias.
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