O estado do Rio de Janeiro mantém o mesmo valor do salário mínimo regional desde 2019, dividido em seis faixas de pagamento. Ainda não há previsão de reajuste para 2025, o que motiva discussões sobre a defasagem do poder aquisitivo dos trabalhadores. A proposta de atualização do salário, a cargo da Casa Civil do estado, está sendo avaliada, mas sem definições até o momento.
No contexto atual, as categorias beneficiadas pelo piso salarial regional abrangem uma ampla gama de profissões. A ausência de um aumento no salário regional causa preocupações acerca da capacidade desse valor de atender às necessidades básicas dos trabalhadores, especialmente diante da inflação e do aumento do custo de vida.
Quais são as faixas salariais no Rio de Janeiro?
As faixas salariais no estado são ajustadas conforme a categoria profissional, variando desde ocupações de serviços gerais até profissionais de nível superior. A seguir está a divisão atual dos valores:
- R$ 1.238,11: Para auxiliares de escritório, faxineiros, empregados domésticos, trabalhadores agropecuários e outros não especializados.
- R$ 1.283,73: Abrange ascensoristas, barbeiros, carteiros, cuidadores de idosos, cozinheiros e outros.
- R$ 1.375,01: Inclui agentes de trânsito, porteiros, bombeiros civis, músicos, e guias de turismo.
- R$ 1.665,93: Destinado a profissionais técnicos, como contadores, farmacêuticos e secretárias.
- R$ 2.512,59: Para motoristas de ambulância, taxistas, técnicos de nível médio e outros inscritos nos Conselhos Regionais.
- R$ 3.158,96: Para administradores, advogados, arquitetos, psicólogos, enfermeiros e categorias afins.
O que acontece se não houver reajuste do salário mínimo no Rio de Janeiro?
A definição de um salário mínimo regional foi autorizada pela Lei Complementar nº 103 e busca proteger os trabalhadores de categorias sem piso definido por leis ou convenções nacionais. Se o salário regional não acompanhar o nacional, os trabalhadores são amparados pelo salário mínimo federal. Essa regionalização é justificada pelo custo de vida e o nível de desenvolvimento econômico variado entre as regiões.
O economista José Ronaldo Souza Jr. ressalta que ajustes devem considerar as limitações regionais para evitar impactos negativos, como o aumento da informalidade. Além disso, destaca que uma competitividade interestadual não seria realmente viável devido a fatores que impactam a qualidade de vida e custos em diferentes estados.
Qual seria o salário mínimo ideal para o Brasil?
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal para atender as necessidades básicas no Brasil seria de R$ 6.439,62. Esse cálculo leva em conta a Constituição de 1988 e o Decreto-Lei nº 399 sobre alimentação, englobando moradia, educação, saúde, lazer e outros aspectos essenciais para uma família de quatro pessoas.
Apesar da discrepância com o valor atual, o economista Souza Jr. explica que a baixa produtividade do Brasil e os altos custos de contratação impedem aumentos sustentáveis. Para reduzir a diferença de forma duradoura, o país precisaria aumentar sua produtividade e sustentar um crescimento econômico contínuo ao longo dos anos.
