Nos últimos anos, a inteligência artificial tem se tornado uma ferramenta poderosa, capaz de realizar tarefas complexas que antes eram exclusivas dos seres humanos. No entanto, essa tecnologia também tem sido utilizada de maneira maliciosa, como na manipulação de vídeos para disseminar informações falsas. Um exemplo recente envolve um vídeo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi adulterado para enganar o público.
O vídeo em questão foi amplamente compartilhado nas redes sociais, apresentando Haddad supostamente afirmando que trabalhadores de 1971 a 2022 poderiam receber valores significativos de um fundo do PIS/Pasep. Além disso, o vídeo sugeria que aqueles que não fizessem o saque em 24 horas teriam seus valores utilizados para pagar dívidas do Brasil. No entanto, uma investigação revelou que o vídeo foi manipulado com o uso de inteligência artificial, e os prazos e valores mencionados eram incorretos.
Como a inteligência artificial está sendo usada para manipular vídeos?
A manipulação de vídeos com inteligência artificial envolve técnicas avançadas que permitem alterar tanto a imagem quanto o áudio de uma gravação. No caso do vídeo de Haddad, a imagem foi retirada de um debate eleitoral de 2022, e a voz foi modificada para imitar a do ministro. Ferramentas como a Hiya, do InVid, são capazes de detectar o uso de IA em áudios, e neste caso, identificaram que 99% do conteúdo foi adulterado.
Essas manipulações são conhecidas como deepfakes, e representam um desafio significativo para a verificação de informações. Elas podem ser usadas para criar vídeos convincentes que enganam o público, levando a desinformação e, em alguns casos, a golpes financeiros.
Quais são os riscos de cair em golpes de phishing?
O vídeo adulterado de Haddad não apenas disseminou informações falsas, mas também direcionou os espectadores a um site fraudulento. Este tipo de golpe é conhecido como phishing, onde criminosos criam sites falsos para roubar dados pessoais e bancários dos usuários. Ao clicar no link, as pessoas correm o risco de ter suas informações comprometidas, o que pode resultar em perdas financeiras significativas.
Para se proteger contra golpes de phishing, é importante verificar a autenticidade dos sites antes de inserir qualquer informação pessoal. Além disso, é crucial estar atento a mensagens e vídeos que parecem suspeitos ou que oferecem promessas irrealistas.
Como identificar e combater a desinformação?
Identificar vídeos manipulados pode ser desafiador, mas existem algumas práticas que podem ajudar. Primeiro, é importante verificar a fonte do vídeo e procurar por informações em veículos de comunicação confiáveis. Além disso, ferramentas de verificação de fatos, como o Estadão Verifica, podem ser úteis para confirmar a veracidade de uma informação.
Educar o público sobre os riscos da desinformação e as técnicas usadas para manipular vídeos é essencial para combater esse problema. Ao aumentar a conscientização sobre como a inteligência artificial pode ser usada de forma maliciosa, é possível reduzir o impacto de vídeos falsos e proteger a sociedade contra fraudes e desinformação.
