A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), mostra que a avaliação do governo Lula (PT) interrompeu o movimento de melhora observado nos últimos meses. Segundo o levantamento, 50% dos brasileiros desaprovam o governo, enquanto 47% aprovam. Outros 3% não souberam ou preferiram não responder.
O resultado representa uma inversão de tendência, desde julho, a aprovação vinha subindo dentro da margem de erro e a desaprovação recuava. Agora, a curva se inverteu, e o cenário volta a ser de empate técnico entre os dois indicadores, algo que já havia ocorrido em outubro.
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Oscilação na aprovação de Lula é “ajuste normal” e não ruptura de tendência
Para Celso Lamounier, estrategista de marketing político, as variações observadas são naturais em um contexto de meio de mandato. Ele explica que o humor do eleitor tende a responder a pautas momentâneas e à exposição de temas sensíveis, como a segurança pública, que vêm ganhando espaço no noticiário. “O governo também colhe ganhos com pautas econômicas e a condução do ‘tarifaço’. É um movimento típico de meio de mandato: a avaliação estabiliza e passa a oscilar conforme o noticiário e o sentimento conjuntural”, afirmou.
Comunicação e percepção pública: o papel do medo
Na avaliação de Lamounier, a segurança pública mobiliza emoções intensas, especialmente o medo, que costuma ter mais peso do que a razão na formação da opinião pública. “Quando o eleitor sente insegurança no dia a dia, tende a projetar isso no governo federal, mesmo que a execução seja dos estados”, explica. Para ele, a comunicação do governo deve ser usada para evitar que o tema se transforme em vetor de desgaste, mostrando ação concreta e uma narrativa de coordenação entre União e estados.
O especialista avalia que, ao lado da economia, a segurança pública tende a ser um dos temas centrais até o fim do atual mandato. Segundo ele, o eleitor busca governantes que transmitam ordem e estabilidade, e esses dois eixos influenciam diretamente a percepção sobre o governo. “Se o governo conseguir mostrar que está no comando da pauta, integrando dados, inteligência e políticas sociais, o tema deixa de ser ameaça e passa a ser ativo”, destacou.
Governo precisará ajustar a agenda e narrativa
Por fim, o analista ressalta que a comunicação política precisa reagir à conjuntura. “Até aqui, a pauta da segurança não figurava entre as prioridades porque outros assuntos dominavam o debate. Agora, com o tema ganhando força, o governo precisará ajustar sua agenda e sua narrativa, articulando ações concretas e uma comunicação capaz de dialogar com as preocupações reais da população”, completou.
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