O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é desaprovado por 53,8% e aprovado por 40,7%, de acordo com dados da pesquisa Apex/Futura de outubro. O levantamento contou com 2.000 entrevistas presenciais realizadas entre 16 e 21 de outubro com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Os números foram divulgados nesta semana e reforçam o desafio do Palácio do Planalto na reta final do ano.
Veja a distribuição por faixas de avaliação:
- 44,9% classifica o governo como ruim ou péssimo;
- 32,9% classifica como bom ou ótimo;
- 19,8% como regular;
- 2,3 por cento não souberam responder.
A pesquisa sugere quadro de humor mais negativo entre os entrevistados, em um ambiente de desaceleração do apoio e de maior exigência por entregas econômicas.
Avaliação do governo Lula: o que mudou do mês passado?
Em comparação com o levantamento anterior, a desaprovação subiu 1 ponto, partindo de 52,8%, enquanto a aprovação recuou para 40,%, após ter marcado 42,4%. Por outro lado, a série ainda mostra um eleitorado dividido com movimentos graduais e sensíveis à conjuntura.
A percepção de piora da economia entre uma parcela significativa dos entrevistados e a avaliação de que a corrupção aumentou nos últimos anos, aparecem como fatores associados à perda de apoio, segundo os recortes acompanhados pelo instituto ao longo de 2025.
Como ler os números desta rodada?
O resultado coloca o governo acima do patamar observado em setembro e confirma tendência de desgaste da imagem de Lula. Ainda assim, o bloco de avaliação regular permanece numeroso, o que indica espaço para reversões a depender de sinais na economia e de melhora de expectativas. Além disso, os dados mantêm coerência com a evolução histórica da série Apex/Futura, que vem captando aumento gradual da insatisfação desde o meio do ano.
Nesse sentido, o recorte de bom ou ótimo em 32,9%, ante ruim ou péssimo em 44,9%, sugere assimetria relevante na percepção sobre a gestão. Por outro lado, oscilação dentro da margem em faixas específicas, pode ocorrer e deve ser observada com cuidado nas próximas divulgações, sobretudo em períodos com notícias de forte impacto econômico ou político.
O que observar nas próximas semanas
- Nova rodada de pesquisas, com atenção a movimentos fora da margem de erro;
- Agenda fiscal e tributária e seus efeitos sobre expectativas de inflação e atividade;
- Indicadores de emprego e renda como vetores de popularidade do governo;
- Clima político no Congresso e avanços em pautas de alto impacto.
A pesquisa Apex/Futura de outubro registra maioria de desaprovação ao governo e redução do apoio, em meio a discussões econômicas e políticas intensas. A leitura é relevante, mas ainda sujeita a reversões a depender do desempenho da economia e da capacidade de comunicação do governo nos próximos meses.