O nosso presidente Lula gosta de uma festa. Tudo é motivo de regozijo, quando submetido a pressões, se utiliza de cortinas de fumaça para ridicularizar o acinte ou usar folclores para agradar à trupe, que em tudo acha graça e o aplaude.
Exemplos não faltam: vão desde uma cervejinha na Ucrânia, jabuticabas com Trump e botecos em Belém. Tristes trópicos. Como disse, Lula gosta de uma festa. Impera a necessidade de alguém tapar a boca do presidente para não apagar as velinhas quando o bolo não é dele. Pois assim aconteceu com o fim do tarifaço de Trump sobre os principais produtos agropecuários brasileiros.
“O País conquistou respeito de americanos”, diz Lula. Só faltou a tia chata, mas prudente, ou a mãe cuidadosa a dizer que a festa não era para ele e que, por isso, ele não deveria apagar as velinhas, tampando cuidadosamente sua boca, como experimentava aquele irmão ou sobrinho desavisado, “chato mesmo”, que queria apagar as velinhas do bolo do outro aniversariante ou colher os louros que não eram dele.
Explico melhor.
Ora, Trump decidiu acabar com o tarifaço dos principais produtos do agronegócio brasileiro não por causa de química ou respeito dos americanos, mas pelo simples fato de que o presidente americano já estava perdendo apoio popular com o aumento dos preços do café, que subiu 20% em relação ao ano passado nos EUA, da carne bovina, que subiu de 12% a 18% em relação a 2024, e por aí vai.
Os EUA não são como o Brasil. Não têm a cultura e não têm, como de costume, o hábito de ajustar preços e salários inercialmente, dada a inflação passada. Isso corrói o poder de compra dos norte-americanos e, com ele, o nível de aprovação do presidente em exercício; daí o “destarifaço”.
Donald Trump, como todo presidente, vive às turras com Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e sabe que, se o CPI avançar além dos atuais 3%, distanciando-se da meta informal de 2% de inflação, ficará cada vez mais difícil para o banco central dos EUA continuar com sua trajetória de corte de juros e poderá minar as expectativas de crescimento econômico dos EUA.
Daí o “destarifaço”, para que esses produtos agropecuários não aticem a inflação dos EUA e não cerceiem o FED de continuar com seus cortes de juros. Sim, pois tarifaço é inflacionista, e por esse efeito Trump não quer ser lembrado.
Mas parece que Lula não entendeu – ou entendeu, porém gosta de soprar velinhas de bolos que não são seus, alegrando e conquistando aplausos de seguidores intelectualmente desajeitados.
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