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2023 e a Política Externa

Marcus Vinícius de Freitasby Marcus Vinícius de Freitas
05/09/2022
Ucrânia
Menino ao lado de veículo destruído em Mariupol, na Ucrânia. Foto: REUTERS, Alexander Ermochenko

Existe um provérbio chinês que afirma: “o trabalho de um ano inteiro depende do bom começo na primavera”. À medida que a primavera se aproxima e o Brasil passará por um ciclo eleitoral que definirá os rumos do País nos próximos quatro anos, é fundamental que a nova administração defina, de modo claro, quais são os interesses de longo prazo da Política Externa Brasileira. É, particularmente, importante considerando as mudanças significativas que vêm ocorrendo no cenário internacional, que transformarão o mundo atual de modo irreversível nas próximas décadas e séculos.


Embora haja conflitos aqui e ali – e a Guerra da Ucrânia já dura mais de seis meses – é fato que o mundo tem vivido mais em paz do que em turbulência. Os países têm maior capacidade de atuação, a era colonial foi muito reduzida e os tempos turbulentos da Guerra Fria passaram – embora existam muitos que pretendem, a todo custo, ressuscitar aquele instável momento histórico, ao buscar restaurar a Guerra Fria por meio da contenção da China e Rússia. O elemento fundamental desta nova ordem mundial é a interdependência sem precedentes, com um mundo cada vez menor, mais próximo e mais interligado.


Embora crises tenham surgido nas últimas décadas – a pior de todas, sem dúvida, a Crise Financeira de 2007 – não houve uma quebra substancial da globalização. Observa-se que com a pandemia da Covid-19 e a Guerra da Ucrânia, alguns países vêm tentando incrementar os conceitos de nearshoring (deslocalização) – a terceirização da produção e de certas funções das empresas para países próximos – e friend-shoring (comércio com nações amigas) – em que os países ocidentais desejam migrar parte de seu comércio com Rússia e China para países mais próximos e alinhados ideologicamente – a realidade é que para construir uma infraestrutura e capacidade produtiva semelhante à China e outros países asiáticos requer investimentos maciços além dos inúmeros anos necessários a construir uma infraestrutura próxima àquilo que os chineses lograram nas últimas quatro décadas.


Ao estabelecer a sua Política Externa para as próximas décadas, o Brasil não pode viver fisicamente no século XXI e manter uma mentalidade presa ao passado, com uma subserviência intelectual e ideológica à Europa e Estados Unidos ou uma mentalidade baseada numa estrutura de poder global dos anos da Guerra Fria que vão, rapidamente, se diluindo. Que tenhamos claro que a primazia ocidental na ordem internacional também teve um lado negativo intenso: da enorme emissão de gases de efeito estufa e seu impacto global, os erros de posicionamento no apoio a governos e ditaduras e o constante intervencionismo em questões locais que geraram enormes problemas regionais e mundiais. Temos dado muito crédito à Europa e Estados Unidos, quando, muitas vezes, as políticas por eles implementadas foram contraproducentes e geraram enormes problemas globais.


Com a multipolarização mundial e a globalização, a expectativa é de melhoria no nível de vida da população global, o que deveria, em princípio, ampliar o espaço para os países em desenvolvimento na governança global. Neste contexto, é essencial que o Brasil consolide um planejamento estratégico que impulsione os seus interesses globalmente, mantenha cooperação nos casos que lhe são favoráveis e relegue a segundo plano parcerias que não lhe sejam convenientes ou estejam fora do seu foco de atuação. É, portanto, essencial determinar os interesses do País no longo prazo. Não há dúvida de que na reconstrução desta nova ordem mundial, o Brasil deve atuar em conjunto com a China, em particular, que é a potência em ascensão, para liderar o processo de reforma do sistema de governança, buscando maior equidade e justiça.

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Embora as condições globais apresentem turbulências nos próximos anos – alguns preveem até mais guerras – é fundamental que o Brasil saiba rapidamente aproveitar as condições internacionais favoráveis para, identificando a mudança dos tempos e as grandes tendências, com particular atenção ao quadro econômico mundial, antecipe-se e realize os ajustes domésticos e externos necessários para melhor aproveitar cada situação.


A consolidação do Brasil como potência regional, particularmente na América Latina, é essencial para tornar o nosso entorno mais favorável às necessidades do Brasil, que, historicamente, tem sido um líder sem seguidores na sua própria região. O Brasil precisa consolidar a capacidade de avançar sua agenda de interesses globais e possa contar com a região como um sustentáculo importante de projeção. O segundo círculo importante de projeção do Brasil, como liderança, é, sem dúvida, o continente africano, de enorme importância histórica e de proximidade cultural com o qual o Brasil poderia fazer crescer a sua influência por meio de investimentos cruzados e o compartilhamento de melhores práticas para consolidar os países africanos como um celeiro global, enquanto o Brasil se transforma no grande supermercado global, após inserir valor àquilo que produz.


E, sem dúvida, o Brasil precisa descobrir o mundo, assim como a diplomacia brasileira. Não será do circuito Elizabeth Arden – tão apreciado pelos diplomatas – que advirão as melhores oportunidades para o crescimento do País. Sem dúvida, dois circuitos serão cada vez mais importantes ao Brasil: Marraquexe, com uma compreensão aprofundada dos mercados árabe e africano, e Shanghai, com um aprofundamento intenso dos mercados asiáticos, particularmente a China, com quem as possibilidades de ganho do relacionamento bilateral são exponenciais.


O Brasil já errou muito e paga um preço elevado por não ter uma voz internacional à altura de suas possibilidades e capacidades. Com o advento de uma nova administração e as enormes mudanças globais que se avizinham, é fundamental que o Brasil abandone o seu nanismo político, entenda a tendência histórica e projete um novo papel no contexto mundial. É isso o que se espera do Brasil. O mundo aguarda o Brasil. Que o Brasil saiba aproveitar a sua primavera.

*Marcus Vinícius De Freitas, professor visitante, China Foreign Affairs University. Senior Fellow, Policy Center for the New South

Tags: politica externa
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