A Neoenergia (NEOE3), reportou lucro líquido de R$ 924 milhões no terceiro trimestre. Os destaques ficaram para eficiência operacional e desempenho estável no segmento de distribuição. O EBITDA ajustado consolidado totalizou R$ 2,77 bilhões, em linha com as projeções e 11% acima do resultado obtido no mesmo período de 2024. A receita operacional líquida foi de R$ 12,9 bilhões. E a alavancagem permaneceu controlada, em 3,52 vezes Dívida Líquida/EBITDA, indicando disciplina na gestão financeira e capacidade de manter investimentos e distribuição de dividendos.
Indicadores do balanço da Neoenergia:
- EBITDA ajustado consolidado: R$ 2,77 bilhões
- Lucro líquido: R$ 924 milhões
- Despesas operacionais: R$ 899 milhões
- EBITDA de distribuição: R$ 2,29 bilhões
- Alavancagem: 3,52x Dívida Líquida/EBITDA
BTG e XP destacam solidez operacional e eficiência em distribuição na Neoenergia
O BTG Pactual avaliou que a Neoenergia apresentou um resultado sólido, com bom desempenho em distribuição e compensação das pressões vistas em geração e transmissão. “O segmento de distribuição registrou um EBITDA ajustado de R$ 2,29 bilhões, 6% acima de nossa estimativa (R$ 2,16 bilhões) e um aumento de 11% a/a, refletindo o impacto positivo das revisões e reajustes tarifários aprovados em 2025.“, destacou o relatório. O BTG tem recomendação de compra para a companhia, com preço alvo à R$ 40.
A XP Investimentos destacou que grande parte da surpresa positiva pode ser explicada pelo desempenho robusto no segmento de distribuição. Mas destacou cautela para a companhia. “O momento operacional positivo é apenas um coadjuvante na tese de investimento da Neoenergia. Todas as atenções continuam voltadas para se a controladora Iberdrola irá estender uma oferta pública para aquisição das ações de minoritários após a eventual conclusão da compra da participação da Previ na companhia“. A XP mantém classificação de compra para a Neoenergia, com preço alvo de R$ 42,60.
Outros destaques do trimestre:
- No acumulado até setembro, a Neoenergia atingiu R$ 7,6 bilhões de Capex, sendo R$ 4,8 bilhões concentrados em distribuição, o que representa 31% a mais de investimentos neste negócio em relação ao mesmo período do ano passado. Os recursos foram aplicados principalmente na expansão, manutenção e modernização da rede. Considerando o terceiro trimestre, o Capex da Neoenergia chegou a R$ 2,6 bilhões.
- Em setembro, a Neoenergia Pernambuco tornou-se a primeira distribuidora do grupo a obter, de forma antecipada, a prorrogação do contrato de concessão junto ao Ministério de Minas e Energia (MME), sem qualquer onerosidade, por um período de 30 anos com vigência de 30 de março de 2030 até 30 de março de 2060.
- Em agosto, a Neoenergia anunciou o fechamento da operação da venda de 50% de sua participação na linha transmissão Itabapoana para o GIC. O valor da operação foi de R$ 127,5 milhões (com data base de 30 de setembro de 2024). O ativo foi aportado na holding Neoenergia Transmissão, veículo de investimento nesse segmento do grupo que já conta com a participação de 50% do GIC, desde abril de 2023. Com o fechamento da operação, a estrutura permanece a mesma, sendo 50% da Neoenergia e 50% do GIC.
- Em outubro, a Neoenergia anunciou o aumento de participação da usina hidrelétrica Corumbá III, por meio de aquisição do lote D do leilão especial da CELGPAR, que compreende 37,5% do capital social da ECIII, detentora de 40% do Consórcio Empreendedor Corumbá III. Após o fechamento da operação, a Neoenergia passará a deter 85% de participação da usina.
- A energia injetada total, incluindo geração distribuída, registrou alta de 2,3% com 21.283 GWh no terceiro trimestre; e crescimento de 2,9% com 66.243 GWh no acumulado. Esses resultados foram influenciados pelo aumento da base de clientes que compensaram as temperaturas mais baixas verificadas nos períodos.
- A Neoenergia investiu no acumulado cerca de R$ 2,7 bilhões integralmente dedicado à construção final das linhas e subestações dos lotes adquiridos em leilões. A companhia finalizará o ciclo de investimentos em transmissão até o fim de 2025.
Perspectivas para os próximos trimestres
As análises indicam que a Neoenergia deve manter crescimento equilibrado nos próximos trimestres, com foco em eficiência e redução gradual da alavancagem. Além disso, espera-se que a companhia priorize projetos de retorno previsível, reforçando a estratégia de alocação de capital voltada à rentabilidade e dividendos. Enquanto isso, o cenário macroeconômico mais estável pode beneficiar o fluxo de caixa da empresa, especialmente por sua exposição à dívida indexada à taxa Selic.
De forma geral, o consenso é de que a Neoenergia combina fundamentos sólidos, execução eficiente e gatilhos estratégicos que podem destravar valor no médio prazo. Nesse sentido, o papel segue como uma das principais recomendações dentro do setor elétrico brasileiro, sustentado por desempenho operacional e boas práticas de governança corporativa.