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China: o mérito e o limite de um milagre

Fabio Ongaroby Fabio Ongaro
25/11/2025

Há trinta anos, a China era um país rural, pobre e isolado. Hoje é a segunda maior economia do planeta, fábrica do mundo e aspirante à liderança tecnológica global. O salto é inegável. Mas a questão que importa, mais do que o fascínio pelos números, é se o país fez o que podia ou apenas o que era inevitável fazer.

A China merece aplausos pela transformação ou apenas reconhecimento pelo destino que lhe cabia, dada sua escala continental e seu estoque de recursos humanos e materiais? A resposta, como quase tudo que envolve a China, está entre o mérito e o cálculo, entre a disciplina coletiva e o pragmatismo geopolítico.

Ninguém pode negar o feito. A China tirou mais de 700 milhões de pessoas da pobreza em três décadas. A urbanização massiva, o investimento em infraestrutura, a centralização estatal e a integração controlada à economia global criaram uma máquina de crescimento rara na história.

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O país soube fazer o que muitos não fizeram: usar o capital estrangeiro sem perder o controle nacional. Absorveu tecnologia de fora, mas manteve a lógica interna de comando, um capitalismo sem liberdade, mas com resultados.

A China não inventou o mercado, mas reinventou o planejamento. Enquanto o Ocidente se debatia em crises de crédito e consumo, o Partido Comunista organizava ondas de investimento produtivo com precisão quase militar. Portos, estradas e cidades inteiras surgiram onde antes havia arrozais. É o maior caso de engenharia econômica da história moderna.

A disciplina, a capacidade de poupança e o sacrifício coletivo foram virtudes que muitos países tentaram imitar e poucos conseguiram sustentar. Nesse sentido, a China não apenas merece congratulações, merece estudo. Transformar um território desse tamanho, com 1,4 bilhão de habitantes e séculos de trauma colonial, em potência industrial e tecnológica requer mais que sorte: exige método.

O custo do sucesso

O mesmo sistema que ergueu cidades em semanas agora convive com cidades fantasmas, dívida imobiliária e envelhecimento populacional precoce. O controle central que deu estabilidade também sufoca a inovação. A obediência que gerou eficiência começa a limitar a criatividade.

O modelo baseado em exportações e investimento público massivo começa a mostrar fadiga. O mundo se reindustrializa, o consumo interno desacelera e a produtividade estagna. O país é gigantesco, mas ainda não tão rico quanto parece: seu PIB per capita continua uma fração do americano ou do europeu.

Mais que uma potência consolidada, a China é um império em construção, talvez já no seu platô. Fez o que era possível, mas ainda não fez o que seria grandioso: criar um modelo de desenvolvimento sustentável, inovador e humanamente equilibrado.

O mérito chinês está na execução disciplinada, não na originalidade. O tamanho e os recursos explicam parte do sucesso. Mas o que diferencia potência de hegemonia não é o volume, é o valor. A Coreia do Sul, com um décimo da população, gera mais patentes per capita e multinacionais tecnológicas. O Japão dos anos 1980 também parecia imparável. O destino pode ser generoso; o mérito, não necessariamente eterno.

O verdadeiro teste

Há uma dimensão simbólica no avanço chinês: a recuperação da autoestima de um país que foi parcialmente colonizado e humilhado. Mas o sucesso material, quando não vem acompanhado de autocrítica, degenera em superioridade moral, e esse é sempre o primeiro sintoma de declínio.

A verdadeira grandeza de uma nação não está no tamanho do PIB, mas no quanto o mundo a imita. O Ocidente copiou a China na eficiência fabril, mas não na forma de governo. Nenhuma democracia liberal deseja se tornar “uma Pequim com eleições”.

O que a China provou é que um Estado autoritário pode gerar prosperidade, mas não necessariamente liberdade ou bem-estar duradouro. O milagre econômico foi o início. O que virá agora, a capacidade de se reinventar sem perder o controle, será o verdadeiro teste.

Se conseguir abrir espaço para o pensamento crítico e para a inovação autêntica, a China merecerá não apenas congratulações, mas respeito histórico. Se não, terá sido apenas o maior exemplo de eficiência dentro dos limites do possível, e o possível, para um país desse tamanho, é muito. Mas não é tudo.

*Coluna escrita por Fabio Ongaro, economista e empresário no Brasil, CEO da Energy Group e vice-presidente de finanças da Camara Italiana do Comércio de São Paulo – Italcam

As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News. Leia mais colunas do autor aqui.

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