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Do ouro negro à energia limpa: o mundo que quer mudar, mas ainda não decidiu para onde vai

Fabio Ongaroby Fabio Ongaro
18/11/2025

Durante mais de um século, o petróleo foi o motor oculto da civilização moderna. Chamado de “ouro negro”, sustentou guerras, ergueu impérios, moldou fronteiras e financiou a expansão de consumo que transformou o planeta. Hoje, porém, vive o seu momento mais paradoxal: o mundo declara querer se libertar dele, mas não consegue. As narrativas apontam para o futuro; as estruturas, para o passado.

Nada simbolizou essa contradição com mais precisão e ironia do que o que ocorreu durante a COP-30. Em meio a discursos inflamados sobre neutralidade de carbono e compromissos climáticos, o Brasil anunciou a descoberta de uma nova e promissora reserva no pós-sal. Foi como se a geologia tivesse feito uma piada de timing perfeito: enquanto líderes defendiam “o fim dos combustíveis fósseis”, o subsolo brasileiro respondia com barris e mais barris de petróleo de alta qualidade.

A natureza, às vezes, tem senso de humor. E lembrou ao mundo que a transição energética não acontece por decreto.

Metas não movem turbinas, energia disponível, sim

O que mais dificulta a transição é a distância entre ambição e realidade. O planeta exige energia limpa, mas consome energia fóssil; quer independência tecnológica, mas depende de cadeias mineradoras complexas; prega sustentabilidade, mas precisa de crescimento.

A verdade é que a matriz atual não tem um substituto imediato. Solar e eólica crescem, mas são intermitentes. Baterias avançam, mas exigem minerais escassos controlados por poucas nações. Hidrogênio verde ainda é caro. E economias emergentes querem produzir, viajar e consumir mais, exatamente no momento em que o planeta tenta reduzir a pegada carbônica.

Por isso, países que defendem a transição com entusiasmo seguem financiando gasodutos, ampliando reservas, reforçando capacidade de refino e mantendo petróleo como garantia de estabilidade. A descoberta do pós-sal durante a COP-30 apenas evidenciou essa incoerência global: o mundo critica o petróleo em público, mas depende dele em privado.

A disputa não é ambiental. É estratégica. O petróleo dominou o século XX; a tecnologia energética dominará o século XXI. O poder mudará para quem controlar três pilares decisivos:

1. Tecnologias energéticas: baterias, redes inteligentes, semicondutores, sistemas de IA aplicados à eficiência.

2. Minerais críticos: lítio, cobalto, níquel, terras raras.

3. Financiamento de infraestrutura verde: pipelines de capital capazes de escalar a transição.

A China entendeu isso antes de todos. Construiu a cadeia completa de baterias, da mina ao carro elétrico, e transformou manufatura verde em vantagem geopolítica. Os Estados Unidos reagem com subsídios trilionários e reindustrialização. A Europa tenta proteger sua autonomia estratégica. A Ásia amplia influência.

Enquanto isso, muitos países produtores de petróleo vivem sua própria ambivalência: desejam liderar a transição, mas não podem abrir mão da sua principal fonte de receita. O Brasil não é exceção.

O Brasil entre dois mundos: potência energética, anão industrial

Poucos países têm a combinação brasileira: matriz elétrica majoritariamente limpa, abundância de fontes renováveis, biomassa competitiva, hidrogênio potencialmente barato e reservas expressivas de minerais estratégicos. Além disso, agora, uma nova fronteira pós-sal adiciona ainda mais riqueza ao portfólio energético.

Mas, o Brasil permanece preso a um dilema estrutural: é um gigante energético, mas um anão industrial. O país tem energia limpa, mas importa tecnologia; tem lítio, mas não domina baterias; tem vento e sol, mas não lidera a manufatura verde.

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A descoberta anunciada durante a COP-30 reforçou essa ambiguidade: de um lado, fortalece a posição do país como produtor confiável; de outro, expõe sua dependência crônica de commodities, quando deveria estar usando esse capital energético para construir cadeias industriais de alto valor agregado.

O Brasil poderia ser o hub verde do hemisfério sul. Mas isso exige três elementos raros na política nacional: estabilidade regulatória, visão de longo prazo e estratégia geoeconômica.

A transição é inevitável, mas não será gentil

O mundo já entendeu que a transição energética é uma inevitabilidade histórica. Mas isso não significa suavidade. Vai ser dura, desigual, cara e profundamente política. A ironia da reserva descoberta durante a conferência climática é apenas um lembrete: a humanidade está atrasada em relação à narrativa que construiu.

O erro global não é depender do petróleo. O erro é depender dele sem construir o que virá depois. A energia será o vetor que definirá competitividade, soberania e poder nas próximas décadas. Quem dominar o novo ecossistema energético comandará o jogo. Quem não dominar, seguirá reagindo, como sempre aconteceu.

E, até lá, descobertas como a do pós-sal continuarão surgindo, provavelmente nos momentos mais inconvenientes. Porque a geologia não participa de assembleias, não discursa, não faz promessas. Ela apenas existe — e exige que o mundo lide com a realidade antes de celebrar o futuro.

*Coluna escrita por Fabio Ongaro, economista e empresário no Brasil, CEO da Energy Group e vice-presidente de finanças da Camara Italiana do Comércio de São Paulo – Italcam

As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News. Leia mais colunas do autor aqui.

Tags: artigoenergialimpaopiniãoOuro
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