A Via (VIIA3), ex-via varejo, divulgou, na última quarta-feira (10), um lucro líquido de R$ 101 milhões no 3T21. Na visão contábil, no entanto, a companhia teve um prejuízo de R$ 638 milhões, impactado por provisões para processos trabalhistas, que somam R$ 810 milhões.
Às 11h desta quinta-feira (11), as ações da varejista apresentavam uma forte queda de 12,48%. Em entrevista à BM&C News, a analista e sócia da GTI Paola Mello diz acreditar que a baixa dos papéis tende a continuar.
“Elas [ações] podem seguir caindo sim. A principal questão é que teve uma quebra de confiança importante. Esse é o segundo grande ajuste que a companhia faz desde que a família Klein retomou o controle da companhia, lá em 2019. Nesse ano em questão, houve um ajuste no balanço e uma das partes importantes eram justamente as contingências trabalhistas e estamos novamente discutindo o tema agora”, diz a analista.
A especialista explica que o valor das provisões trabalhistas por funcionários é relativamente considerável. “Tem o valor em si que certamente levou embora resultados e lucros de dois anos, mas também tem a questão da confiança. Quando a gente entra em um terreno [sic] de coisas que não conseguimos precificar, há uma grande correção de mercado”, complementa.
OS PREJUÍZOS
Ainda sobre as ações trabalhistas que trazem prejuízos à empresa, Paola Mello diz que ela é um “legado”. “São de demissões, algumas delas feitas há 10 anos. Uma das alegaçõles da companhia é que a gestão anterior não tinha uma metodologia de fazer acordo com os funcionarios que saiam chateados com a companhia”, explica.
“Com isso, a empresa tinha a estratégia de pegar os advogados e ganhar tempo. Eles alegam que os processos foram se estendendo por um tempo longo na Justiça. Se pegarmos as projeções totais das companhias, dá mais ou menos 130 mil reais por funcionário, o que é um valor alto”, continua.
A analista ainda explica que ainda existe uma correção no processo judicial, já que, enquanto ela não é paga, ele acaba sendo corrigida e cresce como uma dívida.
Apesar disso, Paola analisa que a gestão da VIA tem condições de dar conta das questão trabalhistas, mas talvez pese um pouco nos resultados “de um ano ou outro”.
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