Que ano para as criptomoedas. Após fechar 2020 com um Bitcoin cotado na casa dos US$ 23 mil, o maior criptoativo do planeta apresentou um rali de alta em 2021, chegando aos US$ 68.990, principalmente após a criação do primeiro ETF focado em criptomoedas nos Estados Unidos e o aumento de interesse de grandes fundos do mercado e de Bancos Centrais do mundo inteiro (inclusive do Brasil).
Vale lembrar, as criptomoedas começaram em 2021 sob forte desconfiança do mercado, influenciado pela falta de regulamentação dos ativos e volatilidades causadas (às vezes) por certos tuítes de Elon Musk, o homem mais rico do mundo. E essa desconfiança acabou ainda fazendo com que as criptomoedas sofressem uma correção no fim do ano, com o Bitcoin cotado na casa dos US$ 47 mil a US$ 50 mil.
Mas, o que esperar para 2022? E, principalmente, quais ativos ficar de olho? Ainda dá para pegar a onda e fazer dinheiro? Para isso, conversamos com o analista de criptoativos da Nord Research, Luiz Pedro Andrade, que nos contou quais criptos estão em seu radar. Então, prepare sua “criptopipoca”, seu “criptoroupão” e confira essa lista com as “5 criptomoedas mais promissoras para 2022”.
1- Bitcoin (BTC)
“Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu, assim sem você”. No ritmo da música lendária de Claudinho e Buchecha que chegamos a primeira cripto da nossa carteira: o Bitcoin. Mais do que essencial, o Bitcoin deve ter um 2022 com alguns gatilhos de alta, se mantendo como a principal criptomoeda do mundo.
“O primeiro que nunca pode faltar na carteira de nenhum investidor é o Bitcoin. Principalmente no momento atual, acredito que a situação de escassez que a gente está vivendo de Bitcoin tende a se agravar e isso é bom pro investidor, visto que 90% dos Bitcoins já foram minerados e os que estão sendo minerados recentemente não tem saído tanto das carteiras dos mineradores”, afirmou Luiz Pedro como seu principal argumento para o Bitcoin em 2022.
2- Ethereum (ETH)
“Carne e unha, alma gêmea, bate coração. As metades da laranja, dois amantes, dois irmãos”. Eu sei que você leu essa citação na voz do Fábio Júnior (vamos manter isso em segredo, fique tranquilo). Mas é justamente nesse ritmo que vem a segunda criptomoeda para se ter na carteira em 2022: o Ethereum.
Após um ano mágico em 2021, se firmando como a segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, o Ethereum vira seus holofotes para 2022, com uma expectativa da chegada do tão aguardado Metaverso e a ascensão das gamecoins, que vão precisar de um sistema blockchain forte para poder operar.
O analista da Nord Research baseia sua tese no fato de que: “em 2021, houve um crescimento muito grande na demanda por causa do crescimento dos jogos de Blockchain das NFTs e do interesse em finanças descentralizadas. Então, as taxas da rede Ethereum subiram bastante e abriram uma margem para concorrência. Agora, com a vinda da Ethereum 2.0, com a fusão entre as duas blockchains e a Ethereum passando a ser proof of stake (sistema de validação de dados da blockchain) em junho de 2022, o ativo se torna, na minha visão, obrigatório para se ter em uma carteira. Além disso, me chama atenção o número de aplicações de Ethereum ser superior a de todos os seus concorrentes somados e que com essa melhoria tende a dominar ainda mais o mercado”.
3- Avalanche (Avax)
“Um olho no peixe, outro no gato”. Possivelmente, você já deve ter ouvido esse ditado para te alertar sobre ficar “ligeiro” sobre as adversidades das coisas e não “vacilar”. Na carteira das criptomoedas para 2022, é a mesma lógica. A Avalanche é uma boa concorrente para a rede Ethereum, de acordo com Luiz Pedro.
“Acredito que a Avalanche, que é do token “Avax” é uma boa concorrente para Ethereum, o que faz sentido, na minha opinião, em se ter em carteira também em 2022. A Avax tem a possibilidade de criar Blockchains paralelas ligadas a Blockchain da Avax. Isso traz uma versatilidade de usos, seja para empresas ou para aplicações que precisam de uma blockchain própria com parâmetros próprios. Ter a infraestrutura da Avax fornecendo essa facilidade pode trazer uma grande visibilidade para o ativo. A Avax tem uma alta capacidade de transações por segundo e com tendência de crescer o número de usabilidades dela, seja criando débitos ou com blockchains paralelas que ainda ligadas a Avax e interoperabilidade de blockchains é um fator que vai ser determinante pro sucesso do mercado nos próximos anos e a Avax favorece muito isso”, afirmou o analista da Nord.
4- The Sandbox (Sand)
“Camarão que dorme, a onda leva”. Quem nunca se arrependeu de não ter comprado Bitcoin quando estava na casa dos US$ 1000?. Bom, parece que agora uma outra oportunidade de mercado subvalorizado se abriu nas criptos, mas no metaverso.
O mercado tem ficado de olhos bem abertos para o assunto, principalmente após o Facebook ter alterado o nome de sua holding para “Meta”, indicando os próximos passos que a companhia deve tomar na revolução tecnológica. E para aproveitar essa nova onda, Luiz Pedro avalia que a The Sandbox é a melhor cripto para se investir.
De acordo com o especialista: “dentro do ambiente descentralizado, a principal aplicação de metaverso que tem puxado mais parcerias, tem um um aspecto econômico interessante e que tende a crescer muito nos próximos anos e conforme essa narrativa se esquente cada vez mais, é a The Sandbox. Esse é o meu call pra metaverso descentralizado. Diversas grandes empresas já tem inserções dentro do metaverso da The Sandbox, com destaque para Adidas, The Walking Dead e Atari. Já tem bastante coisa acontecendo dentro da The Sandbox, como por exemplo terrenos sendo vendidos na casa dos milhões de dólares. O Snoop Dogg tem uma casa no Metaverso, o terreno vizinho ao dele foi vendido por US$ 2.5 milhões. Então é um setor de cripto que tende a crescer bastante e é uma narrativa que está muito quente agora no momento e que tende a ficar cada vez mais quente ainda conforme mais empresas forem aderindo a esse mercado”.
5- Arweave (AR)
E por último, mas não menos importante, Luiz escolhe Arweave, como sua quinta opção de criptomoeda para ficar de olho em 2022. Por uma simples lógica: a necessidade.
“Eles trabalham na área de armazenamento de dados descentralizados. É a principal do mercado e que tem a melhor infraestrutura, tem crescido bastante o número de transações dentro da Arweave. A quantidade de dados armazenados na Arweave tem crescido principalmente dentro do ambiente de blockchain onde algumas blockchains armazenam seus dados passados dentro da Arweave, com destaque para Solana que já faz isso. Então a tendência é que o crescimento desses armazenamentos dados descentralizados seja num futuro próximo que o mercado consiga enxergar valor nisso e a AR é o principal player de mercado nesse setor”, conclui o analista.