Nos últimos anos, cresce a incidência de mensagens fraudulentas relacionadas à suposta cobrança de taxas para entrega de encomendas internacionais. Esse esquema, conhecido como “golpe da falsa taxa da alfândega”, afeta especialmente quem realiza compras em sites estrangeiros e aguarda ansiosamente a chegada de mercadorias. Utilizando mensagens de SMS, WhatsApp ou e-mail, criminosos se aproveitam das expectativas dos consumidores para induzi-los a realizar pagamentos injustificados via Pix, QR code ou links suspeitos.
O método utilizado pelos golpistas é criterioso. Eles costumam personalizar as comunicações, mencionando dados pessoais da vítima, como nome ou parte do endereço, aumentando o nível de confiabilidade das mensagens. Além de utilizarem nomes de empresas legítimas, como Correios, ou referências à Receita Federal, os criminosos criam um senso de urgência para pressionar o destinatário. Afirmações como “liberação imediata mediante pagamento” ou “risco de devolução da encomenda” são frequentes nessas abordagens enganosas.
Como funciona o golpe da falsa taxa da alfândega?
O golpe é estruturado para confundir a vítima a partir do momento em que esta recebe uma notificação sobre uma encomenda supostamente retida na alfândega. O primeiro passo ocorre por meio de uma mensagem informando que, para liberar o pacote, é necessário quitar uma taxa adicional. Na mensagem, o consumidor é direcionado a acessar um link ou escanear um QR code, que leva ao pagamento por transferência eletrônica instantânea.
A credibilidade dessas comunicações é reforçada com informações oficiais e detalhes legítimos. No entanto, há diferenças importantes em relação aos procedimentos oficiais. A Receita Federal, órgão responsável pela fiscalização aduaneira no Brasil, utiliza exclusivamente o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) para recolher taxas de importação. Não existe cobrança através de Pix, cartão, links terceirizados ou códigos de pagamento rápido. Essa diferença é fundamental para identificar a tentativa de fraude.

Quais sinais ajudam a identificar mensagens fraudulentas?
Detectar uma tentativa de golpe exige atenção aos detalhes das mensagens recebidas. Alguns sinais costumam se repetir nessas abordagens:
- URLs suspeitas: endereços de sites que imitam nomes oficiais, mas apresentam erros ortográficos ou pequenas variações—como “alfandega-correios.com” ou “sedex-entregas.net”.
- Remetentes desconhecidos ou falsos: perfis que simulam transportadoras e órgãos públicos, mas usam e-mails ou números não oficiais.
- Uso de linguagem alarmista: frases que induzem pressa, como “pague agora para não perder a encomenda”.
- Excesso de informações pessoais: mensagens que mencionam nome, telefone ou endereço do destinatário para gerar confiança.
Ao identificar qualquer um desses sinais, recomenda-se evitar clicar em links ou fornecer informações pessoais e bancárias. Consultar diretamente o site ou aplicativo oficial da transportadora pode resolver dúvidas sobre o status da encomenda sem riscos adicionais.
Como se proteger do golpe da falsa taxa da alfândega?
Adotar algumas práticas de prevenção pode evitar prejuízos e dores de cabeça. Entre as medidas mais recomendadas estão:
- Desconfiar de cobranças inesperadas, em especial quando exigem pagamento imediato por Pix, QR code ou cartão.
- Acessar o site oficial dos Correios ou da transportadora para verificar a situação do pedido, digitando o endereço diretamente no navegador.
- Manter seus dispositivos atualizados com softwares de segurança e ativar a autenticação em dois fatores nas contas que envolvem pagamentos ou dados sensíveis.
- Buscar informações em fontes confiáveis, como os canais da Receita Federal ou aplicativos consagrados de rastreamento de encomendas.
Em caso de suspeita de golpe, o recomendado é registrar um boletim de ocorrência, comunicar imediatamente bancos ou serviços financeiros e reportar o incidente aos órgãos de defesa do consumidor. Caso dados pessoais tenham sido utilizados indevidamente, a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode ser acionada.
Por que a educação digital é importante nesses casos?
O crescimento do comércio internacional faz com que golpes como o da falsa taxa da alfândega sejam cada vez mais frequentes. Investir em educação digital ajuda o consumidor a reconhecer tentativas de fraude e agir com mais segurança diante de comunicações suspeitas. Ao compartilhar informações sobre práticas de proteção cibernética, como checar remetentes, desconfiar de solicitações urgentes e usar canais oficiais de verificação, a sociedade se fortalece coletivamente contra ameaças digitais.
No contexto atual, a realização de compras em plataformas estrangeiras tende a se intensificar, o que torna essencial difundir hábitos seguros entre familiares, amigos e colegas de trabalho. Dessa forma, a disseminação de boas práticas contribui para a construção de uma rede de apoio e vigilância, dificultando a ação dos golpistas e promovendo maior tranquilidade nas operações de importação de mercadorias.