Nos últimos anos, tem sido registrado um aumento significativo de tentativas de golpe envolvendo o nome da Defensoria Pública da União (DPU) em diferentes regiões do Brasil. Os criminosos utilizam principalmente o aplicativo WhatsApp para abordar cidadãos, apresentando-se como defensores públicos federais e solicitando pagamentos sob falsas justificativas. Esse tipo de fraude tem chamado a atenção das autoridades e gerado alertas frequentes por parte da DPU.
De acordo com informações atualizadas até maio de 2025, foram contabilizados 24 episódios desse golpe desde 2023, com maior concentração nos estados do Sul e Sudeste, especialmente no Rio Grande do Sul. Os golpistas costumam entrar em contato com pessoas que já tiveram processos acompanhados pela Defensoria, alegando que há valores judiciais a serem liberados mediante o pagamento de supostas taxas, tributos ou honorários.
Como funcionam os golpes envolvendo a Defensoria Pública da União?
Os criminosos geralmente se passam por defensores públicos ou advogados vinculados à DPU, utilizando nomes, fotos e até mesmo informações reais extraídas de documentos ou vídeos institucionais. Eles abordam as vítimas por meio de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, e apresentam argumentos convincentes para solicitar pagamentos. Em alguns casos, são enviados documentos falsificados com logomarcas de órgãos oficiais para dar mais credibilidade à fraude.
O golpe costuma seguir um roteiro semelhante: o cidadão recebe uma mensagem informando sobre a existência de valores a receber, mas para que a liberação ocorra, seria necessário quitar pendências financeiras. Entre as justificativas mais comuns estão custos cartorários, dívidas processuais ou taxas de honorários. A abordagem é feita de forma personalizada, utilizando dados reais do processo ou do assistido, o que aumenta a sensação de legitimidade.
Quais estados registraram mais casos de fraude?
O levantamento realizado pela DPU aponta que o Rio Grande do Sul lidera o número de ocorrências, com oito casos confirmados até maio de 2025. Outros estados que também registraram tentativas de golpe incluem Espírito Santo, Paraná e Rio de Janeiro. Em algumas situações, os criminosos utilizaram nomes e imagens de defensores públicos conhecidos na região, como Ricardo Figueiredo Giori, Alexandro Melo Corrêa, Junior Leite Amaral, Marcelo Bianchini e Eduardo Erthal Kassuga.
Essas fraudes têm atingido principalmente pessoas que já foram assistidas pela Defensoria, mas também há relatos de tentativas com cidadãos que nunca tiveram contato com a instituição. Em pelo menos um caso, no Rio Grande do Sul, houve prejuízo financeiro para a vítima. Nos demais episódios, as pessoas procuraram a DPU antes de efetuar qualquer pagamento e foram orientadas a não prosseguir com a transação.
Como identificar e se proteger do golpe do falso defensor público?
Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental adotar algumas medidas de precaução. A DPU reforça que todos os serviços prestados pela instituição são gratuitos e não exigem nenhum tipo de pagamento em qualquer fase do processo judicial. Qualquer solicitação de valores feita por telefone, aplicativos de mensagens ou redes sociais deve ser vista com desconfiança.
- Desconfie de contatos inesperados: Especialmente se houver solicitação de pagamentos ou informações bancárias.
- Verifique a autenticidade: Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a Defensoria Pública da União pelos canais oficiais.
- Não realize transferências: A liberação de valores judiciais ocorre apenas em bancos autorizados, mediante alvará judicial e presencialmente.
- Guarde registros: Salve conversas, prints e documentos recebidos para auxiliar eventuais investigações.
Além disso, a instituição orienta que nunca sejam feitos depósitos, transferências via PIX, pagamentos de boletos ou uso de cartão de crédito para liberar precatórios ou valores judiciais. Caso receba mensagens suspeitas, a recomendação é procurar imediatamente a DPU ou a autoridade policial para registrar a ocorrência.
O que fazer ao identificar uma tentativa de golpe?
Ao perceber uma abordagem suspeita, é importante manter a calma e não fornecer dados pessoais ou bancários. A orientação é interromper o contato com o suposto defensor, reunir todas as informações possíveis sobre a tentativa de fraude e comunicar a Defensoria Pública da União. O registro do caso junto à polícia também contribui para a investigação e prevenção de novos golpes.
- Não responda mensagens suspeitas.
- Salve todas as provas, como prints e números de telefone.
- Entre em contato com a DPU pelos canais oficiais.
- Registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
O combate a esse tipo de crime depende da atenção e colaboração de todos. Informar-se sobre os procedimentos corretos e desconfiar de abordagens que envolvam pagamentos são atitudes essenciais para evitar prejuízos e proteger os direitos dos cidadãos.
