O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar turbulência no mercado global ao anunciar possíveis tarifas de 10% sobre produtos chineses e de 25% sobre mercadorias do Canadá e do México. A medida, segundo Trump, busca fortalecer a economia interna americana, promovendo crescimento do PIB e solidificando o dólar no cenário internacional.
A taxação sobre o Canadá e o México, parceiros próximos dos EUA devido à localização geográfica, e sobre a China, a segunda maior economia mundial, traz desdobramentos significativos. Trump afirma que a intenção é alavancar o crescimento econômico dentro dos Estados Unidos, diminuindo a dependência de produtos importados e incentivando o consumo interno.
Impactos nas moedas e preocupações globais
Após o anúncio, o mercado financeiro registrou alta em moedas como o dólar australiano e o dólar da Nova Zelândia, além de valorização do euro e do yuan chinês. Para investidores e governos, o maior ponto de atenção é a possível retaliação das nações afetadas pelas tarifas. Como observou Marco Prado, apresentador do Pre-Market da BM&C News, “a contrapartida será inevitável, e isso pode trazer ajustes significativos nas relações comerciais globais”.
Prado também destacou que, dependendo do posicionamento do Brasil no cenário global, o país pode colher benefícios dessa disputa comercial. “Sendo um grande exportador de commodities, especialmente de grãos, o Brasil pode ganhar mercado, já que nossos produtos não competem diretamente com categorias tecnológicas como os carros elétricos da China”, explicou.
Benefícios para o Brasil e a competitividade dos produtos
Enquanto as tarifas podem prejudicar o mercado chinês de tecnologia, incluindo carros elétricos — segmento no qual a China busca liderar mundialmente —, empresas americanas como a Tesla podem ser beneficiadas. “Esse movimento pode fortalecer aliados de Trump, como Elon Musk, ao tornar os produtos chineses menos competitivos”, afirmou Prado.
Para o Brasil, a conjuntura se mostra favorável. O país, conhecido por sua forte produção de commodities agrícolas, tem a chance de expandir suas exportações para mercados em que a China venha a perder espaço devido às tarifas. “O efeito pode ser positivo, criando novas oportunidades para o agronegócio brasileiro em mercados-chave”, completou Prado.
Um cenário de incertezas e oportunidades
A proposta de Trump, embora ainda em fase de ameaça, já impacta o mercado global, trazendo volatilidade e expectativas de mudanças nas cadeias de suprimentos internacionais. Enquanto as retaliações globais podem criar tensões, países como o Brasil têm a chance de se posicionar estrategicamente para aproveitar as brechas comerciais.
