O mercado financeiro inicia a primeira semana de novembro com uma agenda intensa, marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (5), além da divulgação de dados relevantes da economia brasileira e de resultados de grandes companhias listadas na B3. O ambiente internacional também promete movimentação, com indicadores de atividade e discursos de dirigentes de bancos centrais.
No Brasil, o foco estará na definição da taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano, que deve ser novamente reduzida pelo Banco Central. Além disso, serão conhecidos a produção industrial de setembro, medida pelo IBGE, e a balança comercial de outubro, divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O Boletim Focus abrirá a semana com as novas projeções de mercado para inflação, juros e PIB.
Temporada de balanços
Entre os destaques corporativos, o mercado acompanha uma das semanas mais movimentadas da temporada de resultados do 3º trimestre. Entre as companhias que divulgarão números, estão Petrobras, Itaú Unibanco, Embraer, Magazine Luiza e Cogna, além de diversas empresas dos setores de energia, varejo, indústria e educação, conforme calendário oficial da B3.
Os investidores estarão atentos especialmente ao desempenho da Petrobras, que divulgará seu balanço na quinta-feira (6), e do Itaú, na terça-feira (4), por serem papéis de forte peso no Ibovespa. No varejo, Magazine Luiza e Assaí também devem atrair atenção do mercado diante dos sinais de desaceleração do consumo e da elevação do endividamento das famílias.
B3 amplia horário de negociação
A partir desta segunda-feira (3), a B3 ampliará o horário de funcionamento do mercado à vista e fracionário, acompanhando o fim do horário de verão nos Estados Unidos. Com a mudança, as negociações terão início às 10h e se encerrarão às 17h55, estendendo-se em 55 minutos em relação ao horário anterior.
Segundo a Bolsa, o ajuste busca alinhar o mercado brasileiro aos principais centros financeiros globais, mantendo a liquidez e o fluxo internacional de capitais durante o período de diferença horária com Nova York.
Copom no centro das atenções
De acordo com o calendário econômico, a semana será repleta de eventos relevantes, com destaque para a quarta-feira (5), quando será divulgada a decisão do Copom e o comunicado do Banco Central sobre os próximos passos da política monetária.
Na segunda-feira (3), além do Focus, o mercado acompanha os PMIs industriais e discursos de dirigentes do Fed, como Mary Daly. Na terça (4), saem os dados da PIM do IBGE e, no exterior, o relatório JOLTS sobre vagas de emprego nos Estados Unidos. Na quarta (5), o foco recai sobre o relatório ADP, os estoques de petróleo e o fluxo cambial estrangeiro no Brasil.
Na quinta-feira (6), o mercado internacional reagirá aos discursos de membros do Federal Reserve e aos dados da ANFAVEA e da balança comercial brasileira. A semana se encerra na sexta (7) com a divulgação do IGP-DI e do IPP no Brasil, além das expectativas de inflação e confiança do consumidor da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Expectativa é de tom mais cauteloso no Copom
Economistas avaliam que o Copom deve adotar um tom mais cauteloso na comunicação, diante das incertezas fiscais e do ambiente global ainda instável. A recente alta nos juros futuros e as pressões sobre o câmbio podem levar o Banco Central a moderar o ritmo de cortes, sinalizando uma possível desaceleração do ciclo de flexibilização monetária.
Além disso, a divulgação de dados de inflação ao produtor (IPP) e do IGP-DI pode reforçar a percepção de que a trajetória de preços segue sob controle, ainda que em um ambiente de atividade mais fraca.
Com o mercado de olho nas decisões do Copom e nas sinalizações dos balanços das grandes empresas, a semana promete alta volatilidade e forte correlação entre os eventos domésticos e externos.