O Santander Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões, resultado que representa alta de 9,6% em relação ao trimestre anterior e 9,4% na comparação com o mesmo período de 2024. O desempenho ficou marginalmente acima do esperado pela MSX e reflete um avanço consistente nas receitas recorrentes e na eficiência operacional.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) atingiu 17,5%, crescimento de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior. O resultado foi sustentado pela expansão das comissões, controle de despesas e leve melhora na inadimplência de curto prazo, o que reforça a resiliência da operação do banco em um ambiente ainda desafiador para o crédito.
Santander tem alta nas receitas
A margem financeira bruta totalizou R$ 15,2 bilhões, leve queda de 1,2% em relação ao segundo trimestre, impactada por perdas no mercado. Ainda assim, houve compensação pela expansão da margem com clientes, que atingiu R$ 16,6 bilhões, alta de 2,7% no trimestre. Esse avanço demonstra o aumento das operações com clientes e a retomada gradual das linhas de crédito mais rentáveis.
As receitas de comissões somaram R$ 5,55 bilhões, crescimento de 6,7% na base trimestral e de 4,1% em 12 meses. Outros destaques impulsionadores foram os segmentos de cartões, seguros e mercado de capitais, que voltaram a ganhar tração com o aumento da demanda e a retomada das atividades corporativas. Nesse sentido, o banco conseguiu diversificar suas fontes de receita sem comprometer a margem financeira.
Como evoluíram os indicadores de crédito
A carteira de crédito ampliada chegou a R$ 688,8 bilhões, avanço de 2% frente ao trimestre anterior e de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento foi concentrado em pequenas e médias empresas e em grandes corporações, setores que apresentaram recuperação mais rápida da atividade econômica.
Enquanto isso, as captações de clientes totalizaram R$ 659,5 bilhões, aumento de 2,4% no trimestre e de 2,8% em 12 meses. A pessoa física manteve peso relevante, representando 47% do total, o que reforça a importância do varejo para a base de captação do banco. O custo de crédito permaneceu estável em 3,86%, reflexo da maior seletividade nas concessões e da melhora nas novas safras.
Houve melhora na inadimplência do Santander
O trimestre foi marcado por uma leve melhora na inadimplência de curto prazo, entre 15 e 90 dias, que recuou de 4,0% para 3,9%. “Esse movimento indica uma recuperação gradual da carteira de pessoa física, beneficiada pelo aumento do emprego e pelo comportamento mais controlado do endividamento das famílias“, destaca a MSX. Por outro lado, a inadimplência acima de 90 dias avançou para 3,4%, pressionada pelo segmento de pequenas e médias empresas e pela clientela de menor renda.
O write-off, que representa as baixas contábeis de créditos vencidos, caiu 39% na comparação trimestral, após antecipações feitas no segundo trimestre. Além disso, as despesas gerais se mantiveram sob controle, com variação de apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior e queda de 0,5% no comparativo anual. Essa estabilidade foi obtida por meio de otimização da força de trabalho e ganhos de produtividade.
Quais são os próximos desafios
O índice de eficiência ficou em 37,5%, considerado saudável mesmo após maiores investimentos em tecnologia e digitalização. O Santander segue implementando plataformas globais de serviços com o objetivo de reduzir custos e ampliar a integração das operações. Essa estratégia contribui para melhorar a eficiência e sustentar margens em um cenário de competição intensa no setor bancário.
Na avaliação da MSX, o resultado do trimestre foi marginalmente melhor que o esperado. A instituição destacou o crescimento consistente das receitas recorrentes, a boa execução na contenção de custos e o comportamento favorável da inadimplência de curto prazo. Além disso, a retomada das comissões e a resiliência da carteira de crédito sinalizam um ponto de inflexão positivo no ciclo de crédito do banco.
Mesmo assim, o ambiente macroeconômico ainda impõe desafios. A MSX aponta que 2026 deve continuar sendo um ano de ajustes, com juros elevados e consumo mais moderado. Ainda assim, o Santander se mantém como um case de recuperação gradual de rentabilidade, sustentado por sua capacidade de adaptação, pela alavancagem operacional e pelo retorno sobre capital acima da média do setor bancário.
- Lucro líquido gerencial: R$ 4,0 bilhões (+9,6% T/T, +9,4% A/A)
- ROAE: 17,5% (+1,2 p.p.)
- Carteira de crédito: R$ 688,8 bilhões (+2,0% T/T)
- Índice de eficiência: 37,5%
- Inadimplência acima de 90 dias: 3,4%
Com desempenho sólido, o Santander demonstra capacidade de gerar resultados consistentes mesmo em meio a um cenário de desafios para o setor financeiro. O banco segue focado em expandir receitas, manter a qualidade do crédito e avançar na digitalização, consolidando-se como uma das principais instituições em rentabilidade no país.
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