A terça-feira (4), é marcada por uma agenda intensa no mercado financeiro, com investidores atentos à nova rodada de balanços do terceiro trimestre, ao pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio por diversas companhias e à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa majoritária é de que o Banco Central mantenha a Selic em 15% ao ano, enquanto o foco se volta para o tom do comunicado e possíveis sinais sobre o início do ciclo de cortes em 2026. Leia as análises sobre a expectativa do Copom clicando aqui.
Além disso, as divulgações corporativas seguem aquecidas, com resultados relevantes nos setores de papel e celulose, financeiro, varejo, siderurgia e energia, o que deve oferecer uma leitura ampla sobre o desempenho da economia brasileira no trimestre. O mercado também repercute a precificação do follow-on da Cosan, a maior oferta de ações da América Latina neste ano, e análises do desempenho de empresas como TIM e Pague Menos.
Mercado de olho nas empresas pagam dividendos e JCP
Entre as companhias que remuneram seus acionistas nesta terça-feira, estão Mitre, Allos e Vulcabras. Os pagamentos reforçam o fluxo de renda das carteiras voltadas à geração de proventos, um dos principais atrativos em um ambiente de juros elevados.
- Mitre (MTRE3): paga a segunda parcela do dividendo intercalar anunciado em 7 de agosto, no valor de R$ 0,03 por ação. A terceira parcela tem data-base em 17/11/2025 e pagamento em 02/12/2025.
- Allos (ALOS3): realiza o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) declarado em setembro, com valor de R$ 0,10 por ação e data de corte em 21/10/2025.
- Vulcabras (VULC3): distribui dividendos robustos de R$ 2,20 por ação, com data “com” em 4/11 e pagamento previsto para 15/12/2025.
Principais balanços corporativos do dia
A temporada de resultados do 3º trimestre de 2025 segue em ritmo acelerado. Antes da abertura do mercado, Klabin e Embraer divulgam seus números, enquanto grandes companhias do setor financeiro e de energia publicam balanços após o fechamento.
A Embraer apresentou lucro de R$ 622,6 milhões no trimestre, queda de 37,2% na comparação anual. Apesar disso, a receita avançou 15,8%, totalizando R$ 10,8 bilhões, refletindo o bom desempenho das exportações e do câmbio favorável. O Ebitda foi de R$ 1,2 bilhão, recuo de 36,6% frente ao mesmo período de 2024.
Entre as empresas que reportam resultados após o fechamento, estão Itaú Unibanco (ITUB4), Raia Drogasil (RADL3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Prio (PRIO3), Aura Minerals (AURA33), Odontoprev (ODPV3), Iguatemi (IGTI11), Blau Farmacêutica (BLAU3), Pão de Açúcar (PCAR3) e C&A Modas (CEAB3).
Os holofotes se voltam principalmente para o Itaú Unibanco, que deve balizar as expectativas do setor financeiro, e para a Prio, que oferece uma leitura sobre o desempenho do segmento de petróleo e energia.
Cosan levanta R$ 9 bilhões em maior oferta de ações da América Latina
A Cosan (CSAN3) concluiu na noite de ontem o processo de follow-on, levantando R$ 9,06 bilhões após o exercício integral do Hot Issue. A operação foi precificada a R$ 5 por ação e contou com forte demanda, com o livro institucional coberto 9,8 vezes.
O movimento reforça o processo de reequilíbrio da estrutura de capital da holding e fortalece a governança corporativa, com a entrada do BTG Pactual e da Perfin Infra no bloco de controle. O Santander atuou como coordenador global da operação, que contou com mais de 150 reuniões de investidores em roadshows e cerca de 250 interações no período de educação de mercado.
Essa é a maior oferta de ações da América Latina em 2025 e a sexta maior no Brasil desde 2020, além de ser a primeira transação estruturada em modelo de duas etapas com follow-ons consecutivos.
Mercado: resultados e recomendações da MSX
A MSX destacou nesta manhã o desempenho positivo da TIM (TIMS3), que apresentou lucro líquido acima das estimativas e margem EBITDA recorde de 51,7%, refletindo controle de custos e eficiência operacional. A análise recomenda compra para o papel, com base na geração de caixa previsível e crescimento disciplinado.
Já a Pague Menos (PGMN3) reportou crescimento robusto de receita e margens, com lucro líquido de R$ 81 milhões, alta de 50% na comparação anual. O relatório ressalta a integração bem-sucedida da Extrafarma e ganhos de produtividade, mas alerta para o aumento da alavancagem, hoje em 2,5 vezes o EBITDA. A recomendação permanece de compra, com preferência pela Profarma (PFRM3) devido à estrutura de capital mais equilibrada.
Panorama do dia no mercado
O dia é de intensa movimentação no mercado financeiro, com investidores alternando o foco entre a decisão do Copom, a agenda de proventos e a nova leva de balanços corporativos. O tom do comunicado do Banco Central e os resultados de grandes companhias como Itaú e Prio devem definir o sentimento dos investidores até o fim da semana.
Com a combinação de resultados relevantes, pagamentos de dividendos e movimentações de capital expressivas, o mercado brasileiro segue em ritmo acelerado nesta reta final de temporada de balanços, em meio à expectativa sobre os próximos passos da política monetária.