A Usiminas (USIM5) registrou um prejuízo líquido de R$ 117 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 975 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. O mercado, que esperava um lucro de R$ 88,97 milhões, foi surpreendido pelo resultado, que foi impactado principalmente por perdas cambiais líquidas no trimestre.
A siderúrgica também viu uma queda de 4% na receita líquida, que somou R$ 6,48 bilhões no período. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 518 milhões, uma redução de 17% na comparação anual. Outro ponto de atenção foi o resultado financeiro líquido negativo de R$ 298,7 milhões, um contraste significativo em relação ao ganho financeiro de R$ 65,3 milhões registrado no 4T23.
Apesar do cenário desafiador, a dívida líquida da Usiminas ficou em R$ 937 milhões ao final de dezembro de 2024. O indicador de alavancagem financeira, que mede a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, fechou o trimestre em 0,58 vez, um nível considerado moderado para o setor. O mercado agora acompanha de perto os próximos passos da companhia para reverter as perdas e equilibrar sua estrutura financeira.
Opinião sobre o resultado de Usiminas
Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, destacou que, apesar dos números da Usiminas estarem dentro do esperado, o cenário futuro ainda é incerto. Ele aponta que a crescente importação de aço plano, que avançou 10% em 2024, pode pressionar a demanda interna e afetar os resultados da companhia. Além disso, a possível desaceleração da economia brasileira e o impacto de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump podem representar desafios adicionais. Saravalle ressalta que, no curto prazo, as ações da Usiminas devem ter uma reação neutra, mas vê a Gerdau (GGBR4) como uma alternativa mais previsível para 2025, dado o comportamento mais volátil do setor siderúrgico.
