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Após uma sequência de dois meses com redução, o IPCA-15 voltou a ganhar fôlego e apresentou um aumento de 0,28%. De acordo com o analista da Empiricus Research Matheus Spiess, o número veio acima das expectativas, que eram de 0,16%.
E o que mais chamou a atenção do mercado, segundo o analista, foi a distribuição dos dados. Sete das nove categorias avaliadas registraram alta, com destaque para o preço dos combustíveis.
Esses números não foram muito bem recebidos pelos investidores, o que acabou resultando em uma queda de mais de 1% no Ibovespa no último pregão da semana passada.
Mas agora, diante dos números apresentados pelo IPCA-15, a questão que fica é:
Teremos uma nova escalada da Selic?
Para Matheus Spiess, o movimento de aceleração da inflação já era esperado no segundo semestre. Ainda assim, ele aponta que a alta indicada na prévia da inflação não deve ser motivo para que a Selic volte a subir. De acordo com Spiess, o IPCA-15 é uma amostra de curto prazo e o Banco Central costuma ser mais cauteloso com esse tipo de dado.
A visão do presidente do Banco Central corrobora a leitura do analista da Empiricus Research. Em um evento organizado pela Warren Rena, Campos Neto avaliou que os dados não foram tão ruins assim. O presidente do BC ainda disse que a trajetória do IPCA-15 “indica mais ou menos” o que a autoridade monetária espera da inflação.
Por outro lado, Matheus Spiess aponta que, a aceleração da inflação em agosto “esvazia a chance de cortes de 0,75 p.p. em 2023″.
Acontece que, em outros ciclos de afrouxamento monetário, o corte de juros costumava ser maior que as expectativas de analistas. Entretanto, para que a queda da Selic volte a acelerar, a autoridade monetária dependerá dos dados econômicos.
Nesse sentido, o analista aponta que muitos investidores “corrigiram suas expectativas”. Isto é, com a possibilidade de uma queda de juros mais lenta, muitos acabaram desfazendo suas posições na bolsa. Porém, pensando em investimentos, Spiess aponta que é preciso se distanciar de dados de curto prazo.
Por que o investidor não deve reagir ao IPCA-15
Na visão do analista, ainda existe muito espaço para a Bolsa subir com o fechamento da curva de juros. Para a próxima reunião do Copom, a estimativa é de um corte de 0,50 p.p. Contudo, no curto prazo, a bolsa ainda vai sofrer pressões, pois faltam gatilhos positivos, explica.
Matheus Spiess aponta que, se o próprio Banco Central tem cautela ao reagir a dados de curto prazo como o IPCA-15, o investidor também deveria ser menos reativo a eles. Para o analista da Empiricus, apesar do cenário ainda difícil, a Bolsa pode decolar nos próximos 12 meses. E alguns setores tendem a entregar retornos maiores que outros.
O analista explica que empresas cíclicas domésticas, mais sensíveis a variações de juros, tendem a ter um maior potencial de valorização com a retomada da bolsa. Contudo, por estarem mais vulneráveis aos ciclos de juros, neste primeiro momento elas sofrem mais. Assim, o investidor mais impaciente e que, a qualquer sinal de queda foge da bolsa, pode acabar perdendo algumas das maiores altas em um provável bull market.
Segundo os analistas da Empiricus Research, algumas ações com essas características têm potencial para dobrar de valor. Atualmente, a casa aposta em umacarteira de 10 ações que pode valorizar 90% ou mais, segundo Rodolfo Amstalden, que é o analista responável por este portfólio. Só no primeiro semestre de 2023, esse portfólio entregou uma rentabilidade de 62%.
Entretanto, o ciclo de queda da Selic pode beneficiar ainda mais essas ações. Por esse motivo, a Empiricus Research decidiu criar a Sociedade Microcap. Trata-se de um pequeno grupo de investidores que terá acesso à carteira com as 10 ações.