O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (21) em queda de 0,41%, aos 154.744 pontos, acompanhando um dia de maior aversão ao risco nos mercados globais. A combinação de dólar forte, discursos divergentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e preocupações fiscais locais trouxe volatilidade aos ativos brasileiros. Além disso, a correção técnica após pregões de alta recente também influenciou o movimento.
O dólar comercial avançou cerca de 1,18%, aproximando-se de R$ 5,40 e pressionando setores sensíveis ao câmbio. Nesse sentido, os juros futuros exibiram comportamento misto, refletindo dúvidas sobre o ritmo de cortes na taxa Selic diante do ambiente internacional mais duro. Por outro lado, o mercado externo trouxe sinais contraditórios: enquanto John Williams, do Fed de Nova York, voltou a indicar espaço para um corte, Lorie Logan, do Fed de Dallas, reforçou manutenção dos juros por mais tempo.
O que pesou no mercado doméstico hoje?
Enquanto isso, o noticiário envolvendo relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos influenciou o humor dos investidores. A retirada da tarifa adicional de 40% para alguns produtos agrícolas brasileiros foi vista como positiva, mas ainda há incerteza sobre os próximos passos da negociação e o impacto para o setor exportador. Nesse sentido, o mercado calibrava expectativas sobre efeitos mais amplos dessa mudança.
No front técnico, o índice caminha para registrar sua primeira semana negativa desde agosto, acumulando cerca de 1,99% de perda no período. Além disso, analistas destacam que, apesar do recuo, o Ibovespa ainda se mantém acima de médias relevantes — como as de 21 e 200 dias — o que indica que a tendência de médio prazo não está comprometida.
Quais fatores devem ser monitorados?
Por outro lado, o mercado observa cuidadosamente a sinalização dos bancos centrais, especialmente diante da alta recente dos rendimentos dos Treasuries. A depender do tom dos próximos discursos do Fed, ativos de risco podem voltar a sofrer, sobretudo em economias emergentes. Além disso, o câmbio segue como variável-chave para setores como varejo, aéreas e tecnologia.
- Discursos e dados do Federal Reserve nos próximos dias;
- Comportamento do dólar e das taxas futuras no Brasil;
- Desdobramentos das negociações comerciais entre Brasil e EUA;
- Movimento das commodities, especialmente petróleo e minério.
Assim, apesar do pregão mais fraco, o cenário permanece aberto para ajustes rápidos conforme novas informações surgirem. O investidor deve se manter atento aos indicadores globais e ao noticiário doméstico, que continuam determinantes para o ritmo da Bolsa.
















