
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano na reunião encerrada nesta quarta-feira (21).
A manutenção interrompe um ciclo de 12 altas seguidas da taxa, que saiu de 2% ao ano em março de 2021 para o patamar atual.
A alta de mais de 11 pontos percentuais neste período foi necessária para conter o avanço da inflação no país. Agora, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) já dá sinais de arrefecimento da inflação – as últimas leituras do indicador tiveram taxas negativas.
A decisão já era esperada pelo mercado financeiro. Analistas esperam que a Selic permaneça nesse nível até o fim do ano, de acordo com o Relatório Focus, do Banco Central, que reúne a projeção de analistas do mercado.
Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores a atitude do Copom foi correta tanto na decisão como no comunicado.
“A decisão veio de acordo com as expectativas da maioria dos analistas que entendem que uma alta residual teria pouco efeito sobre a dinâmica inflacionária, dado que as decisões tomadas até agora começarão a surtir efeito em breve. Então, é uma decisão que não surpreende e já estava precificada. Apesar da preocupação permanente com o nível de preços, já se começa a observar um arrefecimento da inflação, principalmente por conta das recentes medidas fiscais”, explica Jorge.
Marilia Fontes, sócia fundadora da Nord Research, também comentou o comunicado do Copom e pontuou que a autoridade monetária poderá voltar a subir os juros. “Teve um parágrafo muito importante onde ele enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados. Aí ele diz que não exitará em retomar o ciclo de ajustes caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado”, explica Fontes.
“Se as projeções de inflação não se concretizarem, vale lembrar que o mercado tem projeções bem mais altas para a inflação. Se isso acontecer, ele não hesita em retomar o ciclo de alta da Selic levando e levando a taxa básica de juros para patamares maiores. Acho que o mercado vai responder bem amanhã a parte curta, mas cai a parte longa”, comenta Marília.















