
A Bolsa de Valores brasileira seguiu com forte volatilidade no mês de outubro, refletindo incertezas dos investidores em relação à economia e política no país. A questão fiscal e os temores sobre um possível “furo” no teto de gastos ficaram ainda mais em foco com o anúncio do programa Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, mas que vai exigir mais recursos do governo federal.
A política monetária do Copom seguiu elevando juros e a Selic atingiu 7,75% na última reunião do colegiado, uma alta de 1,5 ponto percentual.
Com tantas incertezas no radar, o Ibovespa encerrou o mês de outubro em queda de 6,74%, a maior desvalorização mensal de 2021.
As maiores quedas
Empresa | Código | Variação | Preço |
Méliuz | CASH3 | -44,93% | R$3,31 |
Azul | AZUL4 | -31,69% | R$24,87 |
Alpargatas | ALPA4 | -26,84% | R$38,63 |
Gol | GOLL4 | -26,70% | R$15,18 |
CVC | CVCB3 | -25,79% | R$15,97 |
Dentre as ações que tiveram o pior desempenho do mês, a liderança ficou com a Méliuz (CASH3), que desvalorizou 44,93% aos R$ 3,31. Os papéis têm sido penalizados na Bolsa com a alta dos juros.
A empresa ainda não divulgou seu balanço do terceiro trimestre, mas a prévia operacional divulgada no começo de outubro teve uma performance sólida, de acordo com análise da XP Investimentos.
Entre as maiores quedas do mês passado aparecem os papéis de três empresas ligadas ao turismo: Azul, com baixa de 31,69% aos R$ 24,87, Gol (GOLL4), desvalorização de 15,18% aos R$ 26,70 e da CVC (CVCB3), queda de 25,79% cotada a R$ 15,97.
A forte alta do dólar vem afetando essas empresas, tanto por conta do preço do combustível utilizado nas aeronaves (querosene de aviação), quanto pelo encarecimento de passagens e pacotes para o exterior, em meio a uma abertura gradual de fronteiras por conta da pandemia de Covid-19.
A Alpargatas (ALPA4) completa a lista das 5 maiores quedas, ocupando a terceira posição após recuar 26,84% aos R$ 38,63. A empresa registrou forte desvalorização após divulgar seu balanço do terceiro trimestres, que ficou um pouco abaixo das expectativas do mercado.
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação | Preço |
Ambev | ABEV3 | 11,05% | R$16,99 |
BB Seguridade | BBSE3 | 10,73% | R$22,09 |
Telefônica Brasil | VIVT3 | 7,08% | R$45,52 |
EDP Brasil | ENBR3 | 6,75% | R$19,60 |
JBS | JBSS3 | 5,83% | R$39,23 |
As maiores altas da Bolsa em outubro foram lideradas pelos papéis da Ambev (ABEV3), que subiram 11,05% para R$ 16,99. A empresa teve resultados acima do esperado referentes ao terceiro trimestre deste ano. “A Ambev divulgou um trimestre para ficar na memória”, afirmaram os analistas do BTG Pactual, em relatório.
A segunda maior valorização do mês passado ficou com os papéis da BB Seguridade (BBSE3), que avançaram 10,73% para R$ 22,09. O mercado aguarda a divulgação dos resultados trimestrais, no próximo dia 8 de novembro.
As ações da Telefônica Brasil (VIVT3) ocupam a terceira posição entre as maiores altas da Bolsa, com 7,08% aos R$ 45,52, seguidas pela EDP Brasil (ENBR3), com valorização de 6,75% aos R$ 19,60.
Segundo a equipe de análise do BTG Pactual, os resultados trimestrais da EDP vieram em linha com as estimativas e a recomendação continua sendo de compra para os papéis, com preço-alvo em R$ 23.
Por fim, as ações da JBS completam a lista de maiores altas, com elevação de 5,83% aos R$ 39,23. A empresa se beneficia da alta do dólar, já que boa parte da sua produção é destinada à exportação.