A terceira e última semana longa de dezembro será marcada por uma combinação de dados macroeconômicos relevantes, decisões de política monetária em diversas economias e eventos técnicos capazes de influenciar o comportamento dos mercados globais. Entre os dias 15 e 19, investidores acompanham divulgações importantes na China, Brasil, Estados Unidos e Europa, além de uma bateria de decisões de juros por bancos centrais ao redor do mundo.
Na avaliação de Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do programa Pre-Market, o volume de informações tende a manter a volatilidade elevada, especialmente em um período de menor liquidez, típico do fim do ano.
China abre a semana com dados de atividade
A agenda internacional começa ainda no domingo à noite, com a divulgação de indicadores econômicos da China. Serão conhecidos os números de vendas no varejo, produção industrial, investimentos em ativos fixos não rurais e a taxa de desemprego.
Os dados são acompanhados de perto pelo mercado por oferecerem uma leitura atualizada sobre o ritmo da segunda maior economia do mundo, com reflexos diretos sobre commodities, moedas emergentes e ativos ligados ao crescimento global.
Brasil tem foco em atividade e comunicação do Copom
No cenário doméstico, os destaques ficam para o Boletim Focus, que abre a semana trazendo as expectativas do mercado para inflação, juros, câmbio e crescimento, e para o IBC-Br de outubro, indicador divulgado pelo Banco Central e considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Outro ponto de atenção será a divulgação da ata do Copom, na terça-feira (16). O documento ganha importância após a decisão que manteve a taxa Selic em 15% ao ano e deve trazer mais detalhes sobre a avaliação do Comitê em relação à inflação, atividade econômica e riscos para o cenário prospectivo.
Além dos indicadores, o mercado local também acompanha o ambiente político em Brasília, que segue no radar dos investidores diante das discussões fiscais e institucionais.
Estados Unidos retomam divulgação de dados relevantes
Nos Estados Unidos, a semana marca a retomada da divulgação de dados que haviam sido suspensos em função do shutdown. Entre os indicadores mais aguardados estão o payroll, que traz informações sobre o mercado de trabalho, o CPI, índice de inflação ao consumidor, e o PCE, medida de inflação preferida pelo Federal Reserve.
O PCE é acompanhado com atenção adicional por incluir dados de inflação, consumo e renda pessoal, servindo como referência central para as decisões de política monetária do banco central americano.
Europa divulga PMIs e indicadores de inflação
Na Europa, o foco recai sobre os PMIs, os índices de gerentes de compras, divulgados para economias como Alemanha, Reino Unido, França, Itália e para a Zona do Euro. Os indicadores oferecem uma leitura atualizada sobre a atividade nos setores industrial e de serviços.
Além disso, dados de confiança do consumidor e inflação (CPI) em países europeus também entram no radar, contribuindo para a avaliação do cenário econômico do bloco.
Eventos técnicos elevam a atenção do mercado nesta semana
A semana concentra eventos técnicos relevantes. No Brasil, ocorre a rolagem do contrato futuro de índice do vencimento de dezembro para fevereiro, além do vencimento das opções sobre o Ibovespa, na quarta-feira, e das opções sobre ações, na sexta-feira.
Nos Estados Unidos, a sexta-feira será marcada pelo chamado “quadruple witching”, o vencimento simultâneo de contratos futuros e opções sobre índices e ações, evento que ocorre trimestralmente e costuma aumentar a volatilidade dos mercados.
Geopolítica também entra no radar
O noticiário geopolítico segue como um fator adicional de risco, com tensões envolvendo relações entre China e Japão, Venezuela e Estados Unidos, além de questões regionais no Sudeste Asiático. Esses temas podem influenciar o apetite por risco e o comportamento de moedas e commodities ao longo da semana.











