A Klabin (KLBN11) reportou queda no lucro líquido do terceiro trimestre de 2025, mas conseguiu animar o mercado com uma forte geração de caixa e controle operacional. As ações da companhia subiram cerca de 3% no pregão desta terça-feira (4), refletindo o otimismo dos investidores com os números divulgados e a trajetória de desalavancagem da empresa.
O lucro líquido foi de R$ 478 milhões, uma retração de 34% em relação ao mesmo período de 2024. Por outro lado, o Ebitda ajustado atingiu R$ 2,117 bilhões, avanço de 4% frente ao trimestre anterior e de 17% na comparação anual. O resultado ficou aproximadamente 6% acima das projeções da XP Investimentos, impulsionado também por um ganho não recorrente de R$ 80 milhões com a venda de terrenos.
O que explica o bom humor do mercado com os papéis?
De acordo com analistas, o principal destaque do balanço foi a geração de fluxo de caixa livre, que atingiu R$ 1,032 bilhão no trimestre — praticamente o dobro dos R$ 513 milhões registrados no segundo trimestre. O movimento foi impulsionado pela redução nos pagamentos de juros e menor investimento em capital (capex), o que contribuiu para reduzir a alavancagem da empresa para 3,3 vezes em reais e 3,6 vezes em dólares.
Além disso, o desempenho positivo das divisões de papel e embalagens reforçou o otimismo. O volume de vendas de papel cresceu 9%, chegando a 375 mil toneladas, enquanto a unidade de embalagens avançou 7%, para 291 mil toneladas. Embora o preço médio do papel tenha caído 3%, a área de embalagens manteve estabilidade, beneficiada por um mix de produtos mais favorável.
Como ficou o desempenho da área de celulose?
Por outro lado, o segmento de celulose apresentou números mais fracos. As vendas se mantiveram estáveis em torno de 401 mil toneladas, mas os preços da fibra curta caíram 10%, para US$ 527 por tonelada, enquanto os da fibra longa ficaram em US$ 1.004 por tonelada. O custo caixa subiu para US$ 243 por tonelada, pressionado pelo encarecimento da madeira devido a condições climáticas adversas.
Com isso, o Ebitda do segmento recuou 18%, totalizando R$ 713 milhões, e a margem caiu para 50%. Ainda assim, a divisão respondeu por 34% do Ebitda consolidado da companhia no trimestre, demonstrando sua relevância para os resultados gerais.
Perspectivas para o fim do ano e recomendações dos analistas
Nesse sentido, os bancos e casas de análise mantêm uma leitura positiva para o desempenho futuro da Klabin. O Santander, o Itaú BBA e o Bradesco BBI reiteraram recomendação de compra, com preço-alvo entre R$ 23 e R$ 33 por unit. As instituições destacam o fortalecimento do caixa, a redução da alavancagem e o bom posicionamento da companhia frente ao ciclo de recuperação do setor de papel e celulose.
Enquanto isso, o capex acumulado até o terceiro trimestre foi de R$ 1,8 bilhão, o que pode levar o investimento total em 2025 a ficar abaixo da estimativa inicial de R$ 3,3 bilhões. Para analistas, essa eficiência deve permitir à empresa manter o foco em rentabilidade e fluxo de caixa — fatores centrais para a valorização dos papéis.
- Lucro líquido: R$ 478 milhões (-34% vs. 3T24)
- Ebitda ajustado: R$ 2,117 bilhões (+17% a/a)
- Fluxo de caixa livre: R$ 1,032 bilhão (+100% t/t)
- Alavancagem: 3,3x em reais e 3,6x em dólares
- Capex acumulado: R$ 1,8 bilhão em 2025
Assim, mesmo com a queda no lucro, o trimestre reforça a solidez operacional da Klabin e seu potencial de valorização, sustentado por margens saudáveis, menor endividamento e geração consistente de caixa.
















