O ano de 2025 traz consigo um cenário econômico repleto de desafios e oportunidades. Com a retomada gradual da economia global, a inflação em queda e o impacto das altas taxas de juros no Brasil, investidores buscam estratégias para alocar seus recursos de forma eficiente. Durante o podcast Papo de Dinheiro, os especialistas Guilherme Abud, diretor de investimentos da Persevera, e Marcos Macedo, consultor de investimentos e head de alocação na Faros Multifamily Office, compartilharam suas visões sobre as melhores práticas para navegar neste cenário.
Inflação em Queda: O que Esperar?
“A inflação foi um reflexo de choques de oferta causados pela pandemia, mas está retornando a níveis mais controlados,” afirmou Guilherme Abud. Nos Estados Unidos, o índice caiu de 8,8% para 2,5%, enquanto no Brasil os efeitos das políticas monetárias também são visíveis. No entanto, o receio de novos repiques inflacionários ainda persiste. Segundo Abud, “a desinflação é um caminho com altos e baixos, mas estamos no rumo certo”.
Com taxas atrativas no cenário global, títulos de renda fixa internacionais apresentam-se como opção promissora. Abud destacou que “as taxas embutidas nos títulos ainda não refletiram a queda da inflação, criando uma oportunidade de investimento”. Esse movimento contrasta com o Brasil, onde o CDI, sustentado por altas taxas de juros, continua dominando as carteiras dos investidores.
“O CDI ainda é um competidor imbatível no Brasil,” explicou Marcos Macedo. Com a Selic em patamares elevados, outros ativos enfrentam dificuldades para superá-lo em rentabilidade. Contudo, ele ressaltou que esse cenário é atípico quando comparado a outros países emergentes. “Nossos juros reais são muito maiores que os de mercados similares, mesmo com indicadores econômicos que não justificam tamanha discrepância,” pontuou.
Diversificação é a Chave para 2025
Macedo enfatizou a importância de uma estratégia diversificada, combinando ativos locais e internacionais. “A construção de carteiras deve incluir desde a renda fixa até ações que ofereçam valor a longo prazo, como aquelas com foco em dividendos recorrentes,” afirmou. “Investir em boas empresas com fundamentos sólidos pode gerar retornos consistentes, mesmo em cenários voláteis”.
Abud destacou que a combinação de gestão profissional e flexibilidade é essencial para aproveitar oportunidades em 2025. “Os gestores precisam estar atentos a movimentos táticos para extrair valor e ajustar os portfólios conforme as condições do mercado,” explicou. Ele também mencionou que os investidores brasileiros ainda possuem um viés local forte, mas que a diversificação global é um passo necessário.
