
O Departamento de Defesa Americano anunciou ontem o cancelamento do contrato bilionário de serviços de nuvem. O acordo JEDI, ou Joint Enterprise Defense Infrastructure, tornou-se um dos contratos mais complicados para o Departamento de Defesa dos USA e se tornou objeto de uma batalha judicial envolvendo Amazon e a Microsoft.
Em um comunicado à imprensa, o Pentágono disse que o contrato JEDI Cloud não atende mais às suas necessidades “devido aos requisitos em evolução, maior conversação na nuvem e avanços da indústria.
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E esse comunicado provocou reação no mercado. As ações da Microsoft caíram cerca de 0,4% após a notícia e as ações da Amazon subiram 3,5%, depois de já atingir o maior nível em 52 semanas.
Os trabalhos para um projeto ideal de computação em nuvem estão longe de serem concluídos. O Pentágono disse que ainda precisa de capacidade de nuvem em escala corporativa e anunciou um novo contrato de vários fornecedores conhecido como Joint Warfighter Cloud Capability.
A agência deverá solicitar propostas da Amazon e da Microsoft para o contrato, acrescentando que eles são os únicos provedores de serviços em nuvem que podem atender às suas necessidades. Mas, destacou que vai continuar a fazer pesquisas de mercado outros possíveis fornecedores.
O contrato JEDI tinha como objetivo modernizar as operações de TI do Pentágono para serviços prestados por até 10 anos. A Microsoft ganhou o contrato de computação em nuvem em 2019, batendo a líder de mercado Amazon Web Services. Um mês depois, a unidade de computação em nuvem da Amazon, AWS, entrou com uma ação no Tribunal de Reclamações Federais dos EUA protestando contra a decisão do JEDI.
A empresa argumentou que o preconceito do presidente Donald Trump contra a Amazon e seu então CEO, Jeff Bezos, influenciou o Pentágono a dar o contrato à Microsoft.
No ano passado, o inspetor-geral do Pentágono divulgou um relatório dizendo que a decisão não parecia ter sido influenciada pela Casa Branca, mas ele não pôde concluir sua avaliação de alegações de má conduta ética.
Toni Townes Whitley, presidente das indústrias reguladas dos EUA na Microsoft, disse em nota que que entende a decisão do Pentágono, mas destacou os 20 meses em que o Departamento selecionou a Microsoft como seu parceiro JEDI.
Um porta-voz da Amazon Web Services disse em comunicado que a dissolução do contrato seria “resultado de uma influência externa”. A empresa disse que continua comprometida em trabalhar com o DoD.
Já o Pentágono disse para jornalistas que as mudanças no cenário mundial durante o tempo intermediário do contrato fizeram com que a agência também tivesse suas necessidades atualizadas.
O Pentágono disse ainda que seu fornecedor de nuvem para o novo contrato terá que atender a vários critérios, como trabalhar em todos os três níveis de classificação (ou seja, não classificado, secreto ou ultrassecreto), estar disponível em todo o mundo e ter controles de segurança cibernética de alto nível.
A agência disse que espera que o valor do novo contrato fique na casa dos bilhões, embora ainda esteja determinando o valor máximo. A expectativa é que o contrato dure até cinco anos, incluindo um período base de desempenho de três anos e dois períodos de opção de um ano.
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