A maior paralisação da história dos Estados Unidos chegou ao fim após 43 dias, marcada pela assinatura do pacote por Donald Trump. Segundo o economista Fabio Fares, o evento bagunçou dados essenciais e ampliou dúvidas sobre a política monetária norte-americana.
Nesse sentido, a economia vive um momento de indefinição que, para Fares, representa um “outono macroeconômico”, com inflação estabilizada entre 2,8% e 3% e divisão dentro do Federal Reserve. Além disso, o novo comando do Fed pode acelerar mudanças na estratégia de juros.
Quais são as expectativas para a política monetária americana?
Para o economista, o risco crescente de desemprego pode estimular cortes de juros já em dezembro. “É muito pior perder o emprego do que conviver com um pouco mais de inflação”, afirmou Fares ao analisar a prioridade entre estabilização de preços e preservação do mercado de trabalho.
Além disso, ele aponta que a “janela de oportunidade” para reduções na taxa de juros está se abrindo. Nesse sentido, investidores devem se manter atentos às comunicações do Federal Reserve, já que declarações de dirigentes frequentemente antecipam mudanças na política monetária.
Como a paralisação afetou o mercado e os dados econômicos?
O shutdown deixou impactos significativos na credibilidade e na precisão das estatísticas. “Os dados ficaram distorcidos”, ressalta Fares, destacando que a leitura da atividade se tornou mais difícil. Além disso, a divisão interna no Fed, somada ao ambiente pós-paralisação, elevou o nível de incerteza entre agentes de mercado.
Por outro lado, essa incerteza também pode abrir espaço para decisões mais ousadas na política monetária. Enquanto isso, investidores observam como variáveis geopolíticas e mudanças domésticas nos EUA influenciam o humor do consumidor e a recuperação econômica.
- Inflação entre 2,8% e 3%
- Possível corte de juros em dezembro
- Divisão interna no Federal Reserve
- Risco crescente de desemprego
Quais riscos permanecem no radar econômico?
Para Fares, a ameaça mais preocupante é o enfraquecimento do mercado de trabalho. Além disso, se a inflação se mantiver na faixa atual, o Fed terá de equilibrar crescimento e controle inflacionário, em um cenário que exige coordenação fina entre política fiscal e monetária.
Enquanto isso, o fim da paralisação traz alívio imediato, mas não resolve as fragilidades expostas durante os 43 dias sem funcionamento pleno. Nesse sentido, os próximos meses serão determinantes para avaliar os efeitos do shutdown e a capacidade da economia americana de absorver o choque.
Investidores devem esperar mais volatilidade?
Fares acredita que sim. A combinação entre incerteza de dados, divisão no Fed e pressões sobre o mercado de trabalho tende a intensificar oscilações no mercado. Além disso, qualquer sinalização mais firme do novo presidente do Fed pode mudar expectativas rapidamente.
Nesse sentido, estratégias de investimento devem considerar cenários alternativos e priorizar resiliência, equilibrando exposição a risco com ativos defensivos. Por outro lado, movimentos inesperados de política monetária podem criar oportunidades táticas para investidores atentos.
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