Um novo levantamento realizado pelo Grupo X indica que, apesar do avanço do empreendedorismo feminino no país, a maioria das mulheres que lideram negócios ainda enfrenta obstáculos associados ao gênero. O estudo mostra que 74,4% das empreendedoras já sofreram preconceito ou resistência por serem mulheres, evidenciando um ambiente que segue marcado por desigualdades estruturais.
Segundo a pesquisa, o Brasil ocupa atualmente a sétima posição entre os países com maior número de mulheres empreendedoras. Entre os 52 milhões de empreendedores no país, 32 milhões são mulheres. Ainda assim, o estudo revela que desafios como medo de falhar (39,7%), dupla jornada (25,9%), burocracia e dificuldade de acesso ao crédito (ambos com 17,2%) continuam limitando o crescimento. Além disso, 29,2% das entrevistadas afirmam que ainda precisam fortalecer seu planejamento estratégico para avançar.
Quais são os principais entraves identificados?
De acordo com o levantamento, os relatos de preconceito não se concentram apenas nos primeiros anos de atuação, mas também nos momentos de expansão dos negócios. Parte das empreendedoras afirma que a resistência aumenta quando suas iniciativas passam a competir de forma mais direta em mercados tradicionalmente liderados por homens.
Esse padrão, segundo a pesquisa, afeta principalmente pequenos e médios negócios, segmento no qual a presença feminina é predominante e onde recursos para enfrentar barreiras estruturais costumam ser mais limitados. A necessidade de capacitação estratégica — mencionada por 29,2% das participantes — aparece como consequência de um ecossistema que, historicamente, ofereceu menos acesso a redes de apoio, mentoria e oportunidades.
Contexto da pesquisa
O estudo ouviu mulheres empreendedoras de diferentes regiões do país, com idades entre 23 e 50 anos e atuação no mercado por pelo menos três anos. Os resultados indicam que, mesmo entre profissionais experientes, barreiras culturais seguem influenciando a tomada de decisão, a velocidade de expansão e a disposição para assumir riscos.
Para especialistas consultados pela pesquisa, esses fatores ajudam a explicar por que o avanço do empreendedorismo feminino no Brasil ainda ocorre em ritmo inferior ao potencial observado. Os dados sugerem que as dificuldades relatadas não se restringem ao esforço individual, mas refletem condições estruturais que afetam o ambiente de negócios como um todo.
















