A Nvidia apresentou um trimestre histórico no 3º tri fiscal de 2026, encerrado em 26 de outubro, impulsionada pela forte demanda por soluções de inteligência artificial e pela expansão acelerada de sua arquitetura Blackwell. A companhia reportou receita de US$ 57 bilhões, alta de 62% na comparação anual e acima das estimativas de consenso. Já o lucro ajustado por ação atingiu US$ 1,30, superando a projeção de US$ 1,25.
Além disso, a reação no mercado foi imediata: as ações avançaram 3,05% no after-hours, negociadas a US$ 192,20, impulsionadas principalmente por um guidance considerado bastante robusto. A Nvidia espera faturar cerca de US$ 65 bilhões no quarto trimestre fiscal, acima das previsões de analistas e acompanhada de margens brutas acima de 74%, reforçando a confiança da companhia em sua capacidade de manter o ritmo de crescimento.
Por outro lado, o grande ponto de atenção do mercado continua sendo a concentração da performance no segmento de data centers, embora essa área também seja a principal fonte do crescimento explosivo da empresa. Ainda assim, analistas apontam que a demanda por GPUs de última geração permanece elevada e sustentada por investimentos globais em infraestrutura de IA.
Como a divisão de data centers sustenta o crescimento?
A divisão de Data Center voltou a ser o principal motor dos resultados, alcançando receita recorde de US$ 51,2 bilhões — avanço anual de 66% e acima do consenso de US$ 49 bilhões. Nesse sentido, a Nvidia informou que a aceleração da arquitetura Blackwell contribuiu para o desempenho, com forte demanda tanto pela geração mais recente quanto pela anterior.
- Computação para data centers: US$ 43 bilhões (+56% ano a ano e +27% sequencial)
- Networking (NVLink – GB200 e GB300): US$ 8,2 bilhões (+162% ano a ano)
Além disso, segmentos como Gaming (US$ 4,3 bi), Professional Visualization (US$ 760 mi) e Automotive & Robotics (US$ 592 mi) também mostraram avanços, embora em escala muito menor quando comparados ao impacto da infraestrutura de IA.
Enquanto isso, o CEO Jensen Huang reforçou que a GPU de última geração da empresa está em demanda “off the charts”, afirmando que as unidades para computação em nuvem estão “esgotadas”. A fala também buscou endereçar preocupações sobre a concentração da demanda em poucos hiperescalers.
O que os resultados representam ao investidor?
Para o estrategista Will Castro Alves, da Avenue, os resultados deixam claro que a Nvidia continua sendo a principal beneficiária do ciclo global de investimentos em inteligência artificial. Ele destaca que a companhia “entregou números acima das projeções em praticamente todas as linhas relevantes, especialmente em data centers e no guidance”, reforçando que a demanda não apenas persiste, mas acelera.
Nesse sentido, o analista observa que o mercado segue disposto a pagar caro pela Nvidia: a empresa vale aproximadamente US$ 4,55 trilhões, negocia a cerca de 39,7 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses e possui dividend yield de 0,02%. Apesar disso, ele ressalta que qualquer sinal de desaceleração — seja regulatório, geopolítico ou operacional — pode gerar volatilidade.
Por fim, Castro Alves resume que a Nvidia permanece como o principal termômetro da corrida global de IA. “Enquanto o mundo estiver montando data centers de IA em larga escala, a Nvidia seguirá colhendo os frutos”, afirma.
Quais são os números gerais do trimestre?
- Receita: US$ 57,0 bilhões (vs. US$ 55,03 bilhões esperados)
- Lucro ajustado por ação: US$ 1,30 (vs. US$ 1,25 projetados)
- Valor de mercado: US$ 4,55 trilhões
- P/L futuro: 39,7x
- Dividend yield: 0,02%
- Alta acumulada no ano: cerca de 35%
Com guidance forte, margens elevadas e demanda estrutural por IA, a Nvidia segue como o ponto central da narrativa tecnológica global — e os resultados do trimestre reforçam essa liderança.
















