O Itaú Unibanco consolidou sua posição como a empresa de maior valor de mercado da B3, superando a Petrobras e mantendo a liderança pelo quinto pregão consecutivo. A virada simbólica ocorreu em 28 de novembro, quando o banco fechou o dia avaliado em R$ 426,9 bilhões, ultrapassando os R$ 421,5 bilhões da estatal, um movimento raro em um mercado historicamente dominado pela petroleira.
Desde então, a distância só aumentou. No pregão de 4 de dezembro, o Itaú alcançou R$ 443,1 bilhões, abrindo um gap de R$ 10,1 bilhões em relação aos R$ 432,9 bilhões da Petrobras. O avanço reforça a preferência dos investidores por setores considerados mais resilientes, sobretudo num período marcado por volatilidade global e maior sensibilidade a fatores macroeconômicos.
Ação do Itaú bate nova máxima histórica
Além da liderança em valor de mercado, o papel do Itaú também tem mostrado força. A ação ITUB4 bateu hoje nova máxima histórica, chegando a R$ 43,38, em uma sequência de “topos” que vem se repetindo ao longo da semana.
O movimento acompanha a migração de fluxo para ativos considerados mais resilientes e menos dependentes de variáveis externas.
Itaú na liderança: mudança de posição deixa de ser pontual e vira tendência
Em 2025, o Itaú já havia ultrapassado a Petrobras em alguns momentos, foram 10 pregões no total, distribuídos em dois períodos:
- 29 de outubro a 4 de novembro, e
- 28 de novembro a 4 de dezembro, quando a consolidação ficou mais evidente.
A construção dessa liderança revela trajetórias opostas. A Petrobras perdeu R$ 57,4 bilhões em valor de mercado no acumulado do ano, pressionada por maior volatilidade no setor de petróleo e por riscos políticos e regulatórios. Já o Itaú adicionou R$ 161,9 bilhões ao seu valuation, impulsionado por resultados operacionais sólidos e por uma percepção de menor risco entre bancos tradicionais.
Por que o mercado está migrando para o setor financeiro
A dinâmica observada nas últimas semanas reflete um movimento estratégico dos investidores. Em cenários de incerteza, há uma busca maior por empresas com previsibilidade de resultados, estabilidade de geração de caixa e menor dependência de variáveis externas, como preços de commodities e decisões governamentais.
O Itaú se destaca justamente por reunir essas características. Com crescimento consistente na carteira de crédito, eficiência operacional e forte geração de lucro, o banco se tornou um símbolo da reprecificação de ativos mais estáveis na B3.
Ao mesmo tempo, a Petrobras segue exposta a ruídos ligados a política de preços, governança e riscos setoriais, o que aumenta a volatilidade de sua ação, especialmente em um ano de incertezas fiscais e geopolíticas.
O que essa virada representa para o mercado
A troca de posições entre Petrobras e Itaú não é apenas simbólica: ela ajuda a ilustrar a mudança na preferência do investidor brasileiro e estrangeiro. O fluxo tem se direcionado para empresas menos dependentes de fatores exógenos, reforçando o peso do setor financeiro no Ibovespa e na composição de portfólios institucionais.
Se essa trajetória continuar, o Itaú tende a se manter como a companhia mais valiosa do país e a Petrobras pode enfrentar desafios adicionais para recuperar espaço, especialmente diante de um ambiente global mais desafiador para commodities.













