Na manhã de ontem (06), durante o programa BM&C News, foi abordado o tema de que estamos cada vez mais dependente de dados para decisões financeiras, e assim, a volatilidade tem se tornado uma constante nos mercados globais. O economista André Perfeito, foi o entrevistado e falou suas perspectivas sobre como essa dependência pode afetar tanto os mercados centrais quanto os emergentes, como o Brasil.
Dependência de Dados e Volatilidade
Perfeito destaca que a análise constante de novos dados para decisões econômicas pode gerar uma volatilidade significativa. “Um dado positivo pode ser bom, mas também pode trazer volatilidade e derrubar mercados globais”, afirma. Ele exemplifica com os dados de emprego nos Estados Unidos que, quando negativos, podem sugerir uma recessão, o que pode ser interpretado como uma oportunidade para redução de taxas de juros, mas também como um sinal de fragilidade econômica.
Contradições nas Reações do Mercado
O economista observa uma tendência paradoxal: “A boa notícia é que está ruim e a notícia ruim é que está boa.” Ele explica que notícias econômicas fracas nos EUA podem levar à expectativa de juros mais baixos, mas isso também resulta em impactos negativos nos resultados das empresas. “O mercado está buscando para onde o dinheiro deve ser direcionado”, comenta Perfeito, sugerindo que os mercados emergentes poderiam se beneficiar dessa incerteza.
Potencial para Mercados Emergentes
Perfeito acredita que os mercados emergentes, especialmente o Brasil, podem atrair capital devido à alta taxa de juros local em comparação com a possível queda nos juros dos EUA. “A nossa taxa de juros permanece elevada, o que por si só já atrai investimentos”, destaca.
Erros nas Previsões do Mercado Brasileiro
O economista também critica as previsões erradas do mercado financeiro brasileiro desde 2023, que causaram volatilidade e prejuízos significativos. Ele menciona que a indústria de fundos no Brasil sofreu bastante, com quedas no patrimônio líquido e saques expressivos.
Perspectiva de Normalização e Crescimento
Apesar dos desafios, Perfeito vê sinais positivos para a economia brasileira. “Estamos entrando em um período de normalização com uma taxa de juros elevada e perspectivas de crescimento econômico mais forte.” Ele aponta que a balança comercial continua positiva, e a recente estabilidade política entre o presidente Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem contribuído para um ambiente mais favorável.

