As vendas no varejo restrito caíram 0,4% em novembro, após uma alta de mesmo percentual em outubro. Apesar do recuo na margem, o desempenho anual apresentou crescimento de 4,7% frente a novembro de 2023, superando o consenso do mercado, que previa uma alta de 0,1%. A média móvel trimestral mostrou avanço de 0,2% no período.
No varejo ampliado, que inclui setores como veículos, materiais de construção e atacarejo, a queda foi mais expressiva, com retração de 1,8% na margem. Já na comparação anual, houve crescimento de 2,1%.
Setores que mais influenciaram o resultado
No varejo restrito, o segmento de móveis e eletrodomésticos apresentou a maior queda, com uma retração de 2,8% em novembro. Por outro lado, o setor de equipamentos para escritório e informática destacou-se positivamente, com alta de 3,5%, sendo a maior variação no período.
No varejo ampliado, o principal destaque foi o setor automotivo. As vendas de automóveis caíram 7,6%, revertendo o crescimento de 8% registrado em outubro.
Impacto do crédito no desempenho do varejo
Segundo o economista Maykon Douglas, o cenário de aperto no crédito pesou especialmente sobre os setores mais sensíveis a esse fator. “Novembro foi um mês bem ruim para o varejo mais sensível ao crédito, que caiu 5,3% em base mensal, mais que devolvendo a alta do início do quarto trimestre de 2024”, afirmou.
Douglas também destacou que o resultado está alinhado ao esperado para o final do ano. “O arrefecimento do varejo já era previsto, dado o aperto nas condições de crédito. Ainda assim, o acumulado dos últimos meses é positivo, refletindo os drivers de demanda e crédito que impulsionaram o PIB ao longo de 2024.”
