A escalada das tensões entre Israel e Irã preocupa a comunidade internacional, com a possibilidade de novos atores entrarem no conflito, como Estados Unidos e Rússia. Segundo o professor Marcus Vinicius de Freitas, especialista em Relações Internacionais, a situação tem potencial de gerar impactos geopolíticos e econômicos devastadores.
Freitas destaca que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, busca apoio dos EUA para intensificar os ataques, mas o presidente Joe Biden tem resistido, limitando-se à defesa de Israel. Para Biden, o envolvimento direto dos EUA seria uma “surpresa desagradável” a poucas semanas das eleições, colocando sua política externa em xeque.
Outro ponto crítico levantado pelo professor é o risco de um conflito nuclear. “Se Israel optar por atacar a infraestrutura econômica iraniana, o regime em Teerã não terá outra escolha senão retaliar”, afirma Freitas. A ameaça do uso de armas nucleares, ainda que indireta, eleva o nível de preocupação global, com Irã e Israel entre os protagonistas desse cenário.
Do ponto de vista econômico, o impacto já pode ser sentido. Após o anúncio de possíveis ataques israelenses a refinarias iranianas, o preço do petróleo subiu 5%. “Esse aumento afeta diretamente economias globais em recuperação, como a da China, grande compradora de petróleo iraniano”, explica o professor. A alta dos preços traz incertezas adicionais, dificultando ainda mais a recuperação econômica mundial pós-pandemia e a guerra na Ucrânia.
Além disso, Freitas alerta para uma possível crise migratória, semelhante à observada no Líbano, onde mais de 1,4 milhão de pessoas já foram deslocadas. Para ele, a diplomacia foi deixada de lado por Israel, aumentando as chances de uma guerra prolongada e ampliando o impacto sobre países vizinhos e a Europa, que poderá enfrentar uma nova onda de imigração.
O cenário continua incerto, mas a análise do professor Marcus Vinicius de Freitas deixa claro que a comunidade internacional precisa agir rapidamente para evitar consequências ainda mais graves.
