A disputa sobre como calcular os benefícios previdenciários para quem contribuiu por 30 anos ou mais chega ao Supremo Tribunal Federal (STF). Uma mudança recente na interpretação das regras acendeu discussões entre milhões de brasileiros segurados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O que está em jogo no STF?

Após alterações nas diretrizes, predominou a tese de que é necessário seguir a reforma da Previdência de 1999. Esta modificação excluiu do cálculo dos benefícios as contribuições feitas antes de julho de 1994, marcando a transição para a moeda real brasileira. Uma decisão que afetou profundamente trabalhadores que realizaram contribuições significativas antes dessa data.
A mudança gerou um movimento por parte de segurados que se sentiram prejudicados, demandando na Justiça a inclusão de todos os salários na conta dos benefícios, princípio conhecido como revisão da vida toda.
Entendendo a controvérsia sobre a reforma de 1999
Antes dessa reforma, o cálculo para a aposentadoria levava em consideração a média das últimas contribuições. Com a mudança, iniciou-se a aplicação de diferentes regras dependendo da situação do trabalhador perante o sistema, o que, segundo especialistas, resultou em desvantagens principalmente para profissionais de renda média ou baixa.
Como os brasileiros foram afetados?
Para ilustrar, a advogada especialista em direito previdenciário, Sarah Capassi, destaca que essas regras impactaram negativamente contribuintes antigos, sobretudo aqueles que tiveram múltiplos empregos ou horas extras em juventude e declínio salarial com o passar dos anos.
Histórico de decisões judiciais
Diante da alteração, surgiram duas ações judiciais importantes em 1999, levadas adiante por partidos políticos e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. O STF, em dezembro de 2022, decidiu que seria possível revisar os benefícios de certos trabalhadores, contudo, essa possibilidade foi revisada e limitada em março do ano seguinte.
Atualmente, discussões ainda estão pendentes no STF sobre o direito à revisão dos beneficiários afetados e a metodologia utilizada para o cálculo. Com debates em aberto e decisões futuras incertas, milhões de segurados aguardam os próximos capítulos dessa história.
- Aposentadoria por idade
- Aposentadoria por tempo de contribuição
- Aposentadoria especial
- Aposentadoria da pessoa com deficiência
- Aposentadoria por invalidez
- Pensão por morte
O cenário atual demanda atenção dos segurados e profissionais da área, pois qualquer nova decisão do Supremo pode alterar significativamente o futuro previdenciário de milhões de brasileiros.