O setor de energia eólica brasileiro passa por um momento de transição após anos de forte expansão. Em 2024, a instalação de novas usinas totalizou 3,3 gigawatts (GW), uma redução de 31% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). A retração foi impulsionada por fatores como a queda na demanda, cortes de geração (curtailment) e a desaceleração econômica, que afetaram toda a cadeia produtiva e levaram ao fechamento de fábricas de componentes.
Em meio a esse cenário, o Brazil Wind Power 2025, maior evento de energia eólica da América Latina, promete reunir de 28 a 30 de outubro, no São Paulo Expo, líderes do setor público e privado em busca de soluções e perspectivas para o futuro da matriz eólica nacional.
Organizado pela Informa Markets e pela ABEEólica, o encontro discutirá temas como a expansão dos data centers, a regulamentação da eólica offshore e a segurança regulatória em direção à COP30, que será realizada no Brasil.
Para Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica, o momento é de “ajustes e reposicionamento”, mas também de novas oportunidades. “A transição energética precisa ser entendida como um bom negócio — não apenas uma pauta ambiental, mas uma alavanca de crescimento econômico e de competitividade para o país”, afirmou a executiva que vai representar a entidade na COP30,
Ela destacou que novas frentes estão se abrindo com o aumento da demanda de data centers e indústrias de alta intensidade energética. “Estamos em 2025 e estou retomando meus contratos, principalmente com data centers. Esse será um vetor importante de demanda para os próximos anos”, acrescentou.
Rumo à COP30: o Brasil na liderança das renováveis
A COP30, que será sediada no Brasil em 2025, é vista como uma oportunidade para o país consolidar sua posição de liderança global em energia renovável e avançar na agenda de descarbonização.
O Brazil Wind Power 2025 deve se tornar o principal ponto de convergência entre o setor eólico e as discussões climáticas internacionais, reunindo governos, empresas e instituições financeiras em torno de soluções práticas para a transição energética.
“O Brasil chega à COP30 com o desafio de transformar seu potencial em resultados. A energia eólica é um dos nossos maiores ativos estratégicos”, concluiu Elbia Gannoum.
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