Na última divulgação da FGV, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) de setembro de 2025 registrou alta de 0,30%. A variação acumulada em 12 meses apresentou leve desaceleração, saindo de 4,08% em agosto de 2025 para 4,04% em setembro.

A FGV destacou que “a desaceleração mais forte na variação dos aluguéis em 12 meses tem dois componentes importantes. Em agosto do ano passado partimos de uma base elevada, com 1,93% de alta mensal, em comparação com os 0,28% observados neste ano. O segundo ponto é que a política monetária suficientemente restritiva tem gerado os efeitos esperados, com um impulso de crédito menor, mas também com impacto nos preços da economia, inclusive nos aluguéis residenciais, que são bastante sensíveis às condições das taxas de juros”, avaliou, Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Exceto em Porto Alegre, todas as capitais registraram aceleração no IVAR

A taxa interanual do aluguel residencial acelerou em todas as cidades analisadas, com exceção de Porto Alegre. Belo Horizonte foi a cidade com maior aceleração, passando de 7,93% em agosto para 9,01% em setembro de 2025. Em São Paulo, a taxa de variação subiu de 1,82% em agosto para 2,69% em setembro. No Rio de Janeiro, a taxa acumulada em 12 meses passou de 3,82% para 4,29%. Por fim, Porto Alegre apresentou desaceleração de 2,51 p.p., caindo de 4,56% para 2,05%.
O que é o IVAR? Sua funcionalidade e importância
O IVAR é calculado a partir de dados reais de contratos de aluguel residencial nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Esses dados são coletados diretamente com empresas do setor imobiliário, oferecendo um retrato mais fiel dos valores efetivamente pagos pelos inquilinos. Ou seja, o índice não se baseia em anúncios ou estimativas, mas em contratos reais firmados no mercado.
Ele pode ser um grande aliado na profissionalização do setor imobiliário, ajudando tanto administradoras quanto proprietários a tomar decisões que reduzam o risco de judicializações. No entanto, sem visibilidade, muitos profissionais continuam se guiando por referências como o IGP-M, que, por sua natureza, é menos adequada para o segmento residencial. A falta de informação sobre o IVAR acaba sendo um obstáculo para a modernização e a eficiência do mercado de locação no país.
Além disso, enquanto muitos profissionais do setor imobiliário ainda utilizam índices desatualizados ou mais voltados ao setor comercial, como o próprio IGP-M, o IVAR traz um olhar mais ajustado à realidade das locações residenciais. Com ele, administradoras e proprietários podem tomar decisões mais estratégicas e até mesmo evitar judicializações relacionadas a reajustes abusivos ou mal embasados.