Em setembro de 2024, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos manteve-se perto da estabilidade, registrando um aumento de apenas 0,2% em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados.
O resultado superou as expectativas do mercado, que previa um crescimento de apenas 0,1%. Além disso, o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também se manteve estável, subindo 0,3%, ligeiramente acima do consenso de 0,2%.
Na comparação anual, o núcleo da inflação subiu 3,3%, um pouco acima da expectativa de estabilidade, que era de 3,2% em agosto. Já a medida geral da inflação caiu para 2,4%, vindo de 2,5% no mês anterior, mas ainda acima do consenso, que previa 2,3%.
Esses números indicam uma leve pressão inflacionária persistente, o que pode influenciar as decisões futuras de política monetária nos Estados Unidos.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, analisou os dados de inflação ao consumidor nos EUA em setembro e destacou que, apesar do resultado ter vindo ligeiramente acima das expectativas, a desaceleração anual é um ponto positivo. “Por mais que tenha vindo um pouco acima do esperado, 0,1% na mensal e 2,4% no anual, de qualquer forma desacelera. A abertura foi melhor, especialmente na parte de moradias, que avançou só 0,2% após registrar 0,4% e 0,5% em meses anteriores. Isso levou a uma alta anual de 4,9%, o que considero uma das melhores notícias”, afirmou Cruz.
Ele também mencionou que os preços de alimentos surpreenderam, subindo 0,4% e elevando a taxa anual para 2,3%.
Além disso, Cruz destacou o impacto dos preços de energia e combustíveis, que foram grandes influenciadores da queda de preços no mês. “A parte de petróleo em setembro foi muito fraca, com grandes quedas, especialmente no preço da gasolina, que caiu 4%, a maior queda do ano. A expectativa era que isso se intensificasse, mas os dados de outubro indicam uma reversão com o petróleo voltando a subir”, comentou.
Segundo o estrategista, essa oscilação não deve alterar a trajetória do Federal Reserve, que deve manter dois cortes de 0,25% até o fim do ano.