Nesta quarta-feira (27), às 15h50 (horário de Brasília) o dólar acumula alta de 2,05% frente ao real, alcançando R$ 5,92 na venda, sua máxima ao longo do dia. A escalada reflete a incerteza fiscal no Brasil, enquanto investidores aguardam o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo.
A alta também é influenciada pelos rumores sobre a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil mensais, proposta que será apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em pronunciamento marcado para as 20h30.
Ibovespa em queda: mercado aguarda definição
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 1,42%, marcando 128.136,22 pontos no início da tarde. A combinação de incertezas sobre o pacote fiscal e o impacto das mudanças no IR tem gerado nervosismo entre os investidores.
A proposta de isenção do IR será enviada ao Congresso Nacional junto ao pacote de cortes de gastos elaborado pela equipe econômica. A expectativa é que o pronunciamento de Haddad também traga detalhes sobre o arranjo fiscal, que busca conter o déficit público e recuperar a confiança dos mercados.
Expectativa: corte de gastos em R$ 40 bilhões
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destacou a iminência do anúncio de um novo pacote fiscal pelo governo, previsto para sair amanhã. Em nota, ele frisou a necessidade de medidas que enfrentem dois desafios estruturais: o cumprimento da meta fiscal do próximo ano e a viabilidade do Novo Arcabouço Fiscal.
“As nossas apurações indicam que o pacote fiscal deve ser divulgado amanhã. Será preciso que as medidas ataquem dois problemas centrais: a dificuldade de se cumprir a meta fiscal do ano que vem, mesmo com banda, nas condições atuais do PLOA; e a não sustentabilidade do Novo Arcabouço Fiscal, dado o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias”, explicou Salto.
De acordo com ele, a meta fiscal para 2025 exigirá um ajuste substancial. “Nossa avaliação é de que o pacote precisa conter um ajuste de pelo menos R$ 40 bilhões para 2025. Essa é a cifra aproximada necessária para cumprimento da meta fiscal do ano que vem”, afirmou o economista.
Desafios do novo arcabouço fiscal
O economista ressaltou que o crescimento das despesas obrigatórias coloca em xeque a sustentabilidade do Novo Arcabouço Fiscal. Dessa forma, para Salto, é imprescindível que o pacote fiscal contemple medidas estruturais para evitar desequilíbrios futuros.
“A dificuldade em alinhar o crescimento das receitas com o ritmo das despesas obrigatórias compromete a viabilidade do arcabouço. Um ajuste robusto e bem estruturado é indispensável”, avaliou.
















