O governo da China anunciou nesta quinta-feira (26) uma revisão significativa do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, elevando-o em 3,4 trilhões de iuanes, para um total de 129,4 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 17,73 trilhões). Apesar da expressiva elevação no cálculo do PIB, autoridades afirmaram que o impacto no crescimento projetado para 2024 será limitado.
Essa revisão posiciona o crescimento de 2023 em 2,7%, em comparação com estimativas anteriores. Kang Yi, chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, apresentou os dados durante uma coletiva de imprensa sobre o quinto censo econômico nacional, mas não forneceu explicações detalhadas sobre os motivos por trás da revisão. Ele informou que esclarecimentos adicionais serão divulgados no site oficial do órgão nos próximos dias.
Revisião do PIB: O que levou a esse ajuste?
A revisão do PIB de 2023 se alinha às práticas da China nos censos econômicos quinquenais anteriores. Em 2018, por exemplo, houve um ajuste de 2,1%, enquanto em 2013, a revisão foi de 3,4%. O censo mais recente incluiu o período da pandemia de Covid-19, cujos impactos significativos moldaram a economia chinesa nos últimos cinco anos.
Kang Yi destacou que a economia chinesa mostrou resiliência diante de “riscos internos e externos”, mantendo um crescimento estável apesar de desafios globais e locais.
Perspectivas para 2024: O impacto é real?
Lin Tao, vice-diretor do Escritório Nacional de Estatísticas, afirmou que a revisão do PIB de 2023 não deverá alterar significativamente as metas para 2024. Para este ano, o governo chinês manteve o compromisso de atingir a meta de crescimento de aproximadamente 5%, apoiado por medidas de estímulo implementadas ao longo do ano.
Entretanto, desafios estruturais permanecem. A confiança moderada de famílias e empresas, combinada com problemas persistentes no setor imobiliário, continua sendo um ponto de preocupação para as perspectivas de longo prazo da segunda maior economia do mundo.
Cenário internacional e mudanças estruturais
O Banco Mundial também elevou recentemente suas previsões para o crescimento da China em 2024 e 2025. No entanto, alertou que fatores como o aumento de tarifas comerciais pelos Estados Unidos e a incerteza global ainda representam riscos relevantes. Além disso, o setor imobiliário permanece sob pressão, mesmo com os estímulos anunciados.
Para Kang Yi, “as mudanças profundas e complexas no ambiente internacional” desde o último censo econômico continuam moldando a estratégia econômica do país.
















